O académico moçambicano, Godfrey Buleque critica o modelo de ensino e aprendizagem em vigor em Moçambique, defende que o molde adoptado propícia para que a Nação esteja na actual situação de pobreza intelectual.
Condena com veemência as passagens automáticas no ensino primário e adianta que é neste ponto onde regista se o maior problema. O académico entende que é imperioso apostar na qualidade da formação, “evitar corta-matos na formação do futuro médico, presidente, piloto e etc.” Comenta.
Godfrey Buleque sublinha que regista com dissabor a existência deste sistema [passagens automáticas] no País, advogando que lesa o futuro e a seriedade do Estado moçambicano, “A partir do ensino primário a criança é incutida uma ideia de que não precisam estudar, não precisa investigar, mutilam a curiosidade e o gosto pela leitura e o aprendizado”.
O resultado final considera o académico é que há “Alunos graduados na 12 classe que não sabem escrever e nem ler ”.
“O presidente Nelson Mandela dizia que a educação é uma arma poderosa para mudar o mundo. Em Moçambique a educação é uma arma poderosa que cria a pobreza mental. Devemos repensar para que 2018 seja um ano melhor, não podemos ficar satisfeitos com as percentagens de quantos transitaram de classe, mas sim, quantas crianças adquiram conhecimentos sólidos ”. Advoga
Um outro aspecto que mereceu duras criticas do professor universitário, Godfrey Buleque tem haver com a improficiência do Governo na gestão dos recursos que o País detêm “as carteiras são produzidas da madeira, temos a madeira em abundância neste País, mas há ainda Escolas em centros urbanos onde as crianças sentam no chão, não se justifica” — lamenta.
Buleque critica o Governo por ser mentor da delapidação destes recursos no território nacional e não agir em benefício das populações residentes nas zonas de exploração.
JORNAL TXOPELA – 15.02.2018