Cento e trinta e nove famílias, cujas residências estão localizadas nas imediações da lixeira de Hulene, na cidade de Maputo, serão retiradas para um centro de acomodação a ser activadoem breve, enquanto se estuda o seu reassentamento em áreas consideradas seguras.
A transferência dos agregados em questão, segundo Ivete Maibasse, directora Nacional do Ambiente no Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural, visa dar lugar à construção de um muro de vedação e posterior encerramento do aterro.
A fonte elucidou que um estudo recente indicou a lixeira pode voltar a deslizar a qualquer momento devido a acção das águas drenadas a partir da Avenida JuliusNyerere, e não se sabe de que lado isso pode acontecer.
“Não queremos que haja um incidente do género e mais pessoas voltem a morrer. Assim, estamos a retirar todas as famílias que estão nas proximidades. Como prevenção, preferimos transferir mais 139 famílias que estão nas imediações da lixeira”, disse.
Precisou que a retirada começou do lado mais sensível, onde houve o deslizamento de resíduos sólidos, no passado dia 19 de Fevereiro, e neste momento os afectados estão no centro de acomodação instalado no Bairro Ferroviário.
Neste contexto, está em curso o parcelamento de uma área no distrito de Marracuene, em Maputo, para reassentar as cerca de 155 famílias directamente afectadas pela tragédia.
Paralelamente, tal como indicou a fonte, o distrito de Marracuene está a identificar outro espaço para acomodar as outras 139 famílias que, não tendo sido atingidas pelo incidente, podem ser as próximas vítimas se continuarem no local.
“Hoje, grande parte das famílias está a retirar os seus bens para as casas de familiares ou amigos. A Administração Municipal do Distrito Ka-Mavota disponibilizou, igualmente, uma sala para as famílias armazenarem os bens”, anotou.
A fonte disse não ter precisão da data do arranque dos trabalhos de construção das casas para as vítimas, mas estão a ser mobilizados fundos para o efeito. Indicou que havia um trabalho iniciado pelo Conselho Municipal no sentido de identificar os espaços e a sua direcção está a dar continuidade ao processo.
No entanto, o Conselho Municipal de Maputo iniciou quinta-feira o processo de demolição das 155 casas das famílias afectadas pelo incidente de 19 de Fevereiro, para que não voltem a reocupá-las.
NOTÍCIAS – 03.03.2018