Por Roberto Tibana, 25/03/2018
Nesta empreitada das dívidas ocultas, o governo não é sério. Eu até me escuso de tocar nos aspectos técnicos aqui. Na minha vida profissional lidei com problema semelhante.
PRIMEIRO, o Adriano Maleane não tem credibilidade absolutamente nenhuma para lidar com esse problema. Ele foi o porta-voz da mentira oficial quando nos disseram que não havia dívidas ocultas quando elas existiam e ele próprio sabia que elas existiam. Ele hoje é o “bobo da festa”! Eu tenho informação credível que ele nem queria ir a Londres desta vez, tamanha a consciência que ele tem disso. Ninguém entre os credores vai lidar com ele seriamente. Ele é o ministro das finanças que não consegue convencer o governo a fazer o ajustamento fiscal necessário.
Levou 18 meses a tomar um módico das medidas que devia ter tomado nos primeiros três meses desde o momento que a crise despoletou, e não lhe faltaram conselhos. Um ministro das finanças não pode ser menino de recados. Ele tem que ser capaz de dizer na cara mesmo ao Presidente da República o que deve ser feito bem em termos de gestão fiscal responsável. E se o Presidente não aceita ele ainda tem a opção de se demitir. Neste país isso não se faz?! Pois bem, então que aguente com as consequências dessa "lealdade". Alguns amigos dizem-me que sentem pena dele. Eu não me solidarizo nada com ele nem tão pouco.
Aliás eu acho que ele é parte do mal, e ainda recebe parte do nosso imposto como salário e mordomias, imposto e mordomias pagas mesmo quando compramos arroz na loja, pois mesmo aqueles que não auferem rendimentos como os milhões de desempregados, pagam o IVA quando recebem algum do seu biscate! Alguns falam de “Trama anti-moçambique”, acusam uma suposta “mão externa”, e dizem que não se pode fazer nada contra os nossos porque esses moçambicanos foram corrompidos e os que lhes corromperam são os principais culpados. Falácias! Se a “trama anti-Moçambique" existe ela foi e é feita pelos moçambicanos que se sentam sobre um problema e esperam que sejam outros a resolvê-lo por eles! assim batem palmas para os parlamentares britânicos. Mas o que fizeram os parlamentares moçambicanos de concreto? Nada!
O senhor que era ministro quando tudo isto aconteceu e assinou a papelada ainda hoje se senta com eles na Assembleia da República para com eles votar leis que algumas delas são uma afronta aos nossos direitos! A senhora que enquanto directora no Ministério das finanças assinou dum lado e depois foi receber comissões do outro lado hoje foi promovida a vice-ministra e tem salário e mordomias pagas pelos nossos impostos, e entra na Assembleia da Republica com tapete vermelho. Que país é este e que tipo de pessoas somos nós que nos solidarizamos com pessoas que nos fazem isto?! Eu não! BASTA!
- BASTA de o governo da FRELIMO continuar a hipotecar o futuro do nosso país a agiotas. Eu não negociaria com os agiotas nada disto. Eu pegaria na riqueza TODA de todos aqueles que tramaram a coisa das dívidas ocultas (começando pelo Presidente da República de então e todos os membros do seu governo e seus colaboradores que trabalharam nisso), liquidava em hasta pública, descontava todos os prejuízos causados a nação e metia a construir escolas e hospitais e estradas que por causa disso não foram construídas nestes dois anos, pagava fornecimento de medicamentos e livros escolares por mais dois anos. E só se sobrasse alguma coisa chamava os agiotas e lhes entregava. Se isso der somente 10% do que eles agiotaram, paciência. E se não sobrasse nada, paciência também, eles que vão passear para aprenderem a não andarem a roubar os pobres deste mundo. Eu aplicaria esse remédio santo a todos. E não ligo nada aos que dizem que isto é idealismo. É possível! Pode se fazer. Situações destas exigem pensamento "fora de caixa". Não podemos procurar resolver um problema usando regras criadas por outros contra nós. O mundo inteiro haveria de saber o que faz um pobre que já não tem nada a perder! Mas para isso teremos que começar por tratar dos nossos. Não podemos esperar que o mundo nos ajude quando nós não nos ajudamos. E para isso teríamos também que sair do Facebook para o terreno, pois é lá onde a verdadeira mudança vai ser feita que pode criar condições para que isso se faça!
E para isso teremos que resolver um problema de coordenação!
O gajo que vai agarrar o búfalo pelos cornos tem que ter a certeza de que outros vão agarra-lo pelo rabo!
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