O Centro de Integridade Pública (CIP) considera que a proposta do Governo aos credores das chamadas dívidas ocultas hipoteca as receitas futuras do país sem procurar responsabilização criminalmente os responsáveis por aqueles encargos.
Na sua primeira análise após o encontro na semana passada entre o executivo moçambicano e os credores, o CIP considera que as propostas de reestruturação da dívida visa convidar os credores para o "banquete" das receitas que o país vai receber quando começar a produção de gás natural na bacia do Rovuma, norte do país.
"A proposta levada pelo Governo a Londres poderá resultar em prejuízo para o povo moçambicano. De acordo com a proposta, é nosso entendimento que o Governo já não está a cumprir a palavra de que estas dívidas são das empresas e não do Estado moçambicano", diz a nota.
Para aquela Organização Não Governamental (ONG), as propostas de reestruturação só confirmam a estratégia do Governo de hipotecar o futuro económico de Moçambique em detrimento da responsabilização dos autores das dividas ocultas.
"Se são dívidas públicas, como admite o Governo, por que não houve qualquer avanço no que diz respeito à responsabilização criminal dos autores das mesmas?" - questiona o CIP.
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