A Renamo, em Cabo Delgado, pede a demissão do director do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral, alegadamente por estar a preparar um plano de fraude para as próximas eleições autárquicas, e por ter transformado a instituição numa espécie de propriedade privada.
A Renamo diz ter detectado várias irregularidades no recenseamento eleitoral, como o caso de pessoas que foram impedidas de se recensearem e outras que foram trazidas de outros pontos para se recensearem em Pemba.
António Bacar, delegado provincial do partido em Cabo Delgado, falou também de interferências de partidos políticos nos postos de recenseamento eleitoral, simulação de avarias constantes no equipamento informático como algumas manobras do STAE de Cabo Delgado, para o suposto plano de preparação de fraude para as próximas eleições autárquicas.
Entretanto, o director do STAE de Cabo Delgado negou todas as acusações e pede a RENAMO e outros partidos políticos a evitarem discursos que possam manchar as eleições.
Cassamo Camal, que é director do STAE naquela província há cerca de 10 anos, diz que já está habituado aos discursos dos partidos políticos que tentam manchar os processos eleitorais, no entanto, considera estranhas as denúncias da Renamo, e pede que o partido especifique e prove as acusações.
E para evitar conflitos eleitorais, Cassamo Camal apela à Renamo e outros partidos políticos, bem como a população, a trabalharem unidos por eleições justas e transparecentes.
Cabo Delgado já recenseou mais de 300 mil eleitores, dos 500 mil previstos nas cinco autarquias da província.
O PAÍS – 27.04.2018