Um dia após o líder do maior partido da oposição em Moçambique, Afonso Dhlakama, ter sofrido um atentado no Distrito de Gondola, província de Manica, a Frelimo reagiu.
O partido no poder acusou o líder da “perdiz” de agir como um fora de lei e terrorista, avisando que, a continuar com o mesmo comportamento, Afonso Dhlakama não terá lugar em Moçambique.
“Ele tem de compreender que, a continuar assim, não tem espaço neste território, neste país que se chama Moçambique”, disse porta-voz da Frelimo citado pela Lusa.
Damião José foi mais longe, afirmando que o líder da Renamo estava agir como um fora da Lei.
“O senhor Dhlakama precisa compreender que está a agir como um homem fora de lei, que apenas pensa em criar terror nos moçambicanos, o que leva dizer que continua assumir a postura de um autêntico terrorista”, acrescentou Damião José.
Durante a conferência de imprensa havida hoje, o porta-voz do partido no poder acusou a Renamo de ter assassinado um automobilista no dia da emboscada que sofrera ontem.
“A Frelimo lamenta o triste episódio acontecido em Gondola, em que um automobilista foi barbaramente assassinado pelos homens armados da Renamo”, saudando “a pronta resposta da Polícia da República de Moçambique (PRM) e outras forças de segurança do país, que souberam estar à altura das suas responsabilidades”, declarou Damião José.
Para o porta-voz da Frelimo, “desta vez ficou mais uma vez provado que a Renamo e o senhor Dhlakama procuram argumentos para implementar o seu plano de desestabilização do país”, rejeitando as acusações do líder da oposição, que atribuem à Frelimo a autoria dos dois incidentes em Manica.
“Não tem sentido que, numa situação clara, de que não há dúvidas de que a próprio Renamo e senhor Dhlakama são responsáveis por aquilo que aconteceu em Gondola, venha agora imputar responsabilidades ao nosso partido e ao Governo de Moçambique”, disse Damião José.
Damião José lamentou ainda que “a Renamo continue a ser arrogante, a insistir na via da violência, quando, na verdade, o apelo que vem de todos os cantos de Moçambique e segmentos da sociedade é não à guerra” e apelou para o bom-senso de Dhlakama e para que trabalhe para a paz e tranquilidade dos investidores.
“O senhor Dhlakama precisa, mais uma vez, de por a mão na consciência e perceber que, 23 anos depois do Acordo Geral de Paz, não há nenhum argumento que possa convencer seja quem for que no nosso país, entre tantos partidos que temos, a Renamo seja o único partido armado”, salientou.
Refira-se que este é o segundo atentado que Afonso Dhlakama sofre em menos de duas semanas, depois de no passado dia 12 de setembro, a comitiva do líder da “perdiz” ter sido atacada perto do Chimoio, também na província de Manica.
Na altura, a Frelimo acusou a Renamo de simular a emboscada, enquanto a polícia negou o seu envolvimento, acrescentando que estava a investigar.
Em entrevista ao semanário Savana, o ministro da Defesa, Salvador Mtumuke, também negou o envolvimento do exército.
NOTA: Há gente que não muda. Como acreditar neles?
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE