Por Edwin Hounnou
O Dossiers & Factos, edição de 28 de Maio de 2018, sobressai por ser, claramente, uma encomenda mal preparada com o objectivo de denegrir a figura de Daviz Simango.
Quem lê, com atenção às linhas da sua suposta notícia, logo se apercebeu de que se trata de uma encomenda por algum as pessoas cujos nomes vêm estampados.
O Dossiers & Factos deveria ter o cuidado de elaborar as informações que possuía e procurar fazer o contraditório ao invés de correr para publicar factos mal elaborados e inconclusivos. Este é o ABC de qualquer jornalismo de modo a tornar as notícias que forem a publicar irrefutável.
Faz referência de uma carta de Simango ao falecido líder da Renamo. Não é mau as lideranças se comunicarem, porém, é mau deturpar o conteúdo da conversa ou da carta. Um bom jornal poderia trazer a público a tal carta no lugar de especular e confundir as pessoas. Não é fácil fazer um bom jornalismo. É fácil escrever qualquer coisa para vender e deixar mais dúvidas que certezas.
Pelo conhecimento que tenho, o que foi publicado tem muitos furos, com acusações greves pelo meio. Alguém apareceu a reivindicar protagonismo, logo vira herói da estória...Isso não pode ser!
O princípio básico do contraditório foi pontapeado por um jornal que se diz ser da factos. Como funciona isso, afinal? Em nenhum momento procurou por Daviz Simango nem sequer lhe fizeram um telefonema ou esmola uma mensagem a manifestar o interesse de uma entrevista para se defender.
Este tipo baixo de jornalismo tem levado a que o repórter e o jornal parem em barra de tribunal, acusados de crime de difamação e calúnia.
Não vejo mal nenhum no facto de Simango ter dirigido uma carta a Dhlakama com intenções de formação de frente única eleitoral. Não acredito, até prova em contrário, que a carta tivesse esse conteúdo de "por favor, salve-me". Isso é difamação cirúrgica com o objectivo de abater o seu alvo preferencial que é Simango.
Quem vê maldade em qualquer que seja a iniciativa de congregar a oposição numa única frente para livrar o povo da ditadura frelimista, só pode ser um impostor. É um infiltrado nas fileiras da oposição para atrapalhada. Ele persegue seus interesses individuais. Antes só que mal acompanhado! Não custa perceber de que se trata de um descontente que procurou pelo Dossiers & Factos para vomitar mentiras e suas desilusões, mas, o jornal tem a obrigação profissional, e é de lei, de ouvir as partes envolvidas nas estórias que publica, a menos que tenha documentos comprovativos. De outra sorte, é calúnia e difamação. Antes desse exercício profissional, nenhum jornal pode classificar ou condenar, portanto, não dívidas nem pecados, como diz o jornal.
Precisamos de um jornalismo mais sério, responsável e equilibrado. O Dossiers & Factos, infelizmente, não o tem sido. Este jornal aceita encomendas mal feitas, estórias mal contadas e vira em notícia zangas de comadres.