A caça furtiva tem sido um dos problemas que inquietam vários países, sobretudo pelo facto de influenciar para extinção de espécies da fauna bravia. Foi nesse contexto que vários países representados pelos governos e companhias que exploram áreas turísticas juntaram-se recentemente em Sevilha, na Espanha, no Seminário Internacional de Combate à Caça Furtiva, evento que decorreu sob lema “ A Caça e Conservação em África”. No evento, organizado pelo ministério da Agricultura e Pescas, Alimentação e Ambiente de Espanha, em coordenação da União Europeia, Moçambique fez-se representar pela Zambeze Delta Safaris (ZDS), empresa nacional que se dedica à exploração de turismo no país.
No seminário, os participantes defenderam, entre vários aspectos, a necessidade de uniformização das regras que regulam a caça desportiva e exploração de turismo responsável como forma de contribuir para redução da caça furtiva e por conseguinte evitar extinção de espécies da fauna bravia. Ainda no encontro, foram apresentados alguns países que têm companhias que são bom exemplo nas práticas de gestão de áreas de caça como é o caso de Moçambique através da companhia ZDS, e outros como a Tanzânia, Namíbia, Zimbabwe e Zâmbia.
Recorde-se que Moçambique é considerado, pelas autoridades, como um dos países utilizado como corredor de troféus da caça furtiva. Aliás, a título de exemplo, recentemente as autoridades alfandegárias apreenderam elevadas quantidades de marfins prestes a serem exportadas a partir do porto de Maputo. Consta que no seminário realizado em Sevilha foi tornado claro que a União Europeia com relevante destaque para a Espanha e Alemanha e os Estados Unidos da América são o conjunto de países que estão na linha da frente na criação de políticas para padronizar os critérios de caça desportiva para que venham a ser encontradas bases comuns que permitam a importação regulada de troféus de certas espécies promovendo assim as melhores práticas de gestão pelos operadores safari.
O PAÍS – 01.05.2018