Na província de Cabo Delgado
Nyusi e Frelimo entretidos com a festa do aniversário do II Congresso da Frente de Libertação de Moçambique, realizado em Matchedje.
Comissão Política do partido Frelimo não se pronuncia sobre o terror em Palma, estando ocupada a tratar dos preparativos da festa dos 50 anos do II Congresso da Frente de Libertação de Moçambique.
Enquanto na imprensa internacional se noticia com preocupação a acção macabra do grupo terrorista não identificado que matou dez pessoas à catanada, no dia 27 de Maio, em Palma, mais precisamente na aldeia “25 de Junho” e na aldeia de Monjane, as autoridades nacionais continuam em silêncio. O Conselho de Ministros esteve reunido, na terça-feira, mas não abordou o assunto, e nenhum dirigente do Estado se pronunciou publicamente sobre os acontecimentos em Palma. Na quarta-feira, Filipe Nyusi dirigiu a reunião da Comissão Política do partido Frelimo, a qual, segundo o comunicado que foi distribuído à imprensa no final, também não abordou a questão de Palma.
Segundo o comunicado da Comissão Política do partido Frelimo, a reunião de quarta-feira abordou quatro assuntos: a aprovação, na generalidade e por unanimidade, da proposta da revisão da Constituição pela Assembleia da República; as deslocações de Filipe Nyusi às províncias de Sofala e Nampula, no quadro das visitas presidenciais; a participação da população nos locais visitados; os preparativos das cerimónias da passagem dos 50 anos da realização do II Congresso da Frente de Libertação de Moçambique, que se vão realizar no dia 25 de Julho, no posto administrativo de Matchedje, distritode Sanga, província do Niassa.
No comunicado não há qualquer referência aos dez moçambicanos que foram decapitados pelo grupo de terroristas que está a semear pânico na província Cabo Delgado, o que mostra algum desnorte do Governo e da Comissão Política do partido Frelimo.
A Polícia informou, na terça-feira, através do porta-voz Comando-Geral, Inácio Dina, que foram mortos dez cidadãos, com recurso a catanas, e que, entre as vítimas, há dois adolescentes, com 15 e 16 anos de idade, que andavam à procura de ratazanas, que são utilizadas para alimentação.
Segundo a Polícia, os ataquesocorreram em aldeias diferentes. Cinco vítimas, incluindo os dois adolescentes, foram atacadas na aldeia “25 de Junho”. As outras cinco vítimas foram atacadas na aldeia de Monjane. A Polícia diz que reforçou o efectivo nas duas aldeias e nos arredores e que está no encalço dos autores dos ataques. Disse também que a vida está a voltar à normalidade nas duas aldeias.
CANALMOZ – 31.05.2018
NOTA: Absoluta insensibilidade da Frelimo e do Governo moçambicano. Que diferença entre o que se passou na Bélgica e o que se passa em Moçambique. Segundo Matsinhe na “Frelimo era uso fuzilar”, pelo que a insensibilidade demonstrada não é de admirar, desde que “eles” continuem no bem bom! E O POVO, O “PATRÃO”, NADA DIZ, NADA FAZ?
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE