Cem empresas chinesas investiram, juntas, cerca de sete biliões de dólares em Moçambique, até Maio de 2017, nas áreas de energia e desenvolvimento de recursos, agricultura, pesca, construção, telecomunicações e manufactura de processamento. Em declarações à “Xinhua”, agência de comunicação da China, Su Jian, embaixador da China em Moçambique, disse que a cooperação entre a China e Moçambique está a produzir resultados tangíveis, o que ajudará a consolidar as relações bilaterais e se mostra como um modelo exemplar para a cooperação sino-africana.
Segundo Su Jian, a China se tornou-se o maior investidor estrangeiro e um dos maiores construtores de infra-estruturas em Moçambique desde a cimeira de Johannesburg do Fórum de Cooperação China-África, em Dezembro de 2015. Na área de infra-estruturas, a China está a construir a moderna ponte suspensa com dois pilares sobre a Baía de Maputo, através da “Corporação de Rodovia e Ponte da China” (CRBC). A ponte, com uma extensão de 680 metros, é uma obra com um empréstimo da China.
“O projecto da ponte também inclui a construção de estradas de ligação de mais de 180 quilómetros. Elas ligar-se-ão directamente na direcção sul até à fronteira com a África do Sul, com o potencial de promover o desenvolvimento do comércio e turismo”, disse Su Jian. A ponte será inaugurada em Junho e é parte de um projecto que inclui estradas de ligação construídas pela China, que vai permitir a ligação do país à África do Sul. A ponte é bidireccional e tem quatro pistas. A velocidade máxima será de 80km/h. A ponte serve apenas para a passagem de veículos.
O valor do contrato é de 785,8 milhões de dólares norte-americanos, com 95% do financiamento fornecido pela China. O projecto criou cerca de 20.000 empregos, uns em tempo integral e outros em tempo parcial, para os moradores locais. Actualmente, o projecto emprega 3788 moçambicanos e uma equipa de 467 funcionários chineses. Segundo o embaixador, no sector da agricultura, a China tem um projecto de plantio de arroz na província de Gaza, no Sul de Moçambique, e está a contribuir para a segurança alimentar no país. “Actualmente, Moçambique tem uma escassez de arroz de 400,000 a 600.000 toneladas.
Se o projecto alcançar as metas estabelecidas, poderá potencialmente ajudar Moçambique a lidar com a escassez”, afirmou Su Jian. A empresa de arroz “Wanbao” de Moçambique, que recebeu investimento do Fundo de Desenvolvimento China-África, é a maior deste tipo em África. O projecto é um negócio amplo, que incorpora plantação, armazenamento, processamento e venda. Este projecto visa desenvolver 20.000 hectares de terra de cultivo e orientará os agricultores das áreas circundantes no cultivo de safras em outros 80.000 mil hectares.
“A agricultura exige investimento de longo prazo, o que significa que o retorno do investimento só virá depois de muito tempo. Porém, o projecto de fazenda de arroz empreendido pela China demonstra os esforços das empresas chinesas para desenvolver África. O projecto também corresponde às necessidades do desenvolvimento actual de Moçambique”, disse o embaixador. O embaixador disse que, na cultura, mais moçambicanos estão a aprender o idioma chinês no Instituto Confúcio, uma organização que promove o idioma e a cultura da China.
A China vai construir um centro cultural no “campus” da Universidade Eduardo Mondlane, em Maputo. O embaixador fez estas declarações numa altura em que o presidente do parlamento chinês, Li Zhanshu, está de visita oficial à Etiópia, Moçambique e Namíbia, de 9 a 18 de Maio. Su Jian disse que a visita de Li Zhanshu visa elevar a cooperação pragmática bilateral em África. (André Mulungo)
CANALMOZ - 15.05.2018