A petrolífera norte-americana Anadarko está a procurar entidades que possam implementar o processo de deslocamento da população que reside na zona do norte do país onde vai construir uma fábrica de liquefação de gás natural, anunciou hoje.
A fábrica tem associado um terminal de exportação por via marítima.
O desenvolvimento do projecto implica o deslocamento físico e económico (reassentamento) de cerca de 1.500 agregados familiares que possuem habitações ou que realizam actividades de subsistência agrícola ou pesqueira na península de Afungi, lê-se na documentação.
No anúncio publicado na edição de hoje do jornal moçambicano Notícias, a Anadarko convida as entidades interessadas a apresentar até 11 de Junho a sua manifestação de interesse para a "prestação de serviços relacionados com a implementação do Plano de Reassentamento".
A Anadarko lidera o grupo de empresas que vai explorar o gás natural encontrado nas profundezas da crosta terrestre, sob o fundo do mar, na designada Área 1, 40 quilómetros ao largo da província de Cabo Delgado, extremo norte de Moçambique - na fronteira com a Tanzânia.
O investimento, um dos maiores de sempre em Moçambique, ainda não tem data para avançar, mas o consórcio está a realizar diversos trabalhos associados para que, logo que haja decisão, a construção avance rapidamente, segundo anunciou Steve Wilson, vice-presidente da Anadarko e director da empresa em Moçambique, em abril.
O empreendimento é partilhado com um outro grupo de empresas que também vai explorar gás natural na mesma região, liderado pelas petrolíferas Eni e Exxonmobil.
Depois de extraído, através de perfurações, o gás será encaminhado por gasodutos para a zona industrial a construir em terra, na península de Afungi, onde será transformado em líquido e conduzido para navios cargueiros com contentores especiais para exportação.
LUSA – 23.05.2018