A Renamo diz que vai anunciar em momento oportuno o encontro que vai decidir a sucessão e afirma que internamente há um consenso de que o partido está a funcionar devidamente com presidente interino e com a Comissão Política.
A Renamo diz que vai continuar com o diálogo iniciado pelo seu presidente, Afonso Dhlakama, com o Presidente da República, Filipe Nyusi, até à integração dos seus militares nas Forças Armadas e no Serviço de Informação e Segurança do Estado. Numa altura em que se desconhece o encontro que vai decidir a sucessão de Afonso Dhlakama, a Renamo afirma que está bem com o seu presidente interino e com a Comissão Política, e que, no momento oportuno, vai pronunciar-se sobre a sucessão.
A informação foi divulgada ontem, em Maputo, numa conferência de imprensa por Alfredo Magumisse, membro da ComissãoPolítica da Renamo e deputado. “Continuamos a dialogar com o Governo, especialmente com Presidente da República, para que o ‘dossier’ militar possa encontrar o seu fecho”, declarou Alfredo Magumisse e acrescentou que o que a Renamo pretende agora é que os seus militares sejam integrados nas Forças Armadas e no Serviço de Informação e Segurança do Estado, e aqueles que não forem apurados deverão ser reintegrados na sociedade.
“Estamos encorajados e esperamos que chegará a bom termo a curto prazo”, disse Alfredo Magumisse e acrescentou que o diálogo nas questões militares é sobre a integração dos militares da Renamono SISE e nas Forças Armadas e não a desmilitarização. “Não falei da desmilitarização. Há uma série de passos que devem ser dados. Os acordos vão prever”, disse.
Quando morreu Afonso Dhlakama, em 3 de Maio, a Renamo indicou Ossufo Momade para coordenar este partido. Várias pessoas têm-se questionado para quando o sucessor de Dhlakama. A este respeito, Alfredo Magumisse afirmou: “O partido está a funcionar, e há uma unanimidade dentro do partido de que a seu tempo chegaremos lá”. A Assembleia da República aprovou ontem a proposta de revisão da Constituição da República, na sequência do entendimento entre Filipe Nyusi e Afonso Dhlakama.
A Renamo diz que se trata de um momento de mistura de sentimentos, porque “é desejo dos membros da Renamo e de todos os moçambicanos que esseprocesso chegasse aqui com ele [Afonso Dhlakama] em vida.” Alfredo Magumisse disse à imprensa que, depois da morte de Dhlakama, a Comissão Política deliberou enviar brigadas para as províncias com o objectivo de moralizar e encorajar as bases do partido e prepará-las para as eleições autárquicas de Outubro. (André Mulungo)
CANALMOZ – 25.05.2018