Um grupo armado atacou na noite de sexta-feira uma aldeia remota do norte de Moçambique, Maganja, onde matou cinco pessoas e incendiou 120 casas ao mesmo tempo que saqueava a povoação, disse à Lusa fonte das autoridades.
A aldeia fica situada no distrito de Palma, a cerca de cinco quilómetros do perímetro atribuído à construção de empreendimentos ligados à exploração de gás natural.
Suspeita-se que os autores fazem parte do mesmo movimento, composto por diferentes células, que tem atacado residentes de povoações no meio do mato, sem eletricidade nem infraestruturas, da província de Cabo Delgado, desde outubro de 2017.
O grupo entrou na aldeia de Maganja pelas 23:00, roubou arroz, outros produtos alimentares e alguns animais, como cabritos.
As vítimas foram assassinadas com golpes de catana e disparos de armas de fogo.
Só na mais recente vaga de violência, desde 27 de maio, morreram pelo menos 29 habitantes, 11 supostos agressores e dois elementos das forças de segurança, segundo números das autoridades e testemunhos da população recolhidos pela Lusa.
Antes da incursão na noite de sexta-feira, em Maganja, o ataque anterior tinha acontecido na noite de terça-feira na aldeia remota de Litandakua, posto administrativo de Chai, distrito de Macomia – mais de 100 quilómetros em linha reta a sudoeste, na mesma província, Cabo Delgado.
LUSA – 23.06.2018
NOTA: De salientar que a população de Cabo Delgado, em mais de 90%, vive em povoados e não dispersa pelo mato, ao contrário das outras províncias. Foram estes povoados criados durante a guerra colonial e, de tal forma, que as populações após a independência, aí se mantiveram e não retornaram às suas antigas terras. Quem explica o porquê? Talvez porque depois “abandonadas” pelo regime da Frelimo, contra o qual então se auto-defendiam. Afinal, por onde anda a tropa?
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE