Quero começar por juntar-me ao orgulho, a importância e a relevância da independência nacional. E de alguma forma a independência nacional vem significar para nós nova geração; desafios, compromisso e um legado que é preciso preservar.
E…; quando falo em desafios o primeiro grande desafio nos próximos 43 anos é mantermos a paz e mantermos a reconciliação nacional; acreditando todos que as questões de reconciliação nacional não se restringem aos políticos e que devem abranger as famílias, as comunidades e as aldeias nas partes mais recônditas de Moçambique.
E quando me refiro à reconciliação nacional, me refiro a paz social, a prosperidade das pessoas, as Políticas Públicas inclusivas. Reforma das Instituições do Estado e sobretudo nas ampliações dos espaços e formas de participação (formais/informações) ou seja; o fortalecimento da Democracia porque; todos nós somos sempre tentados a pensar, que a reconciliação é uma meta.
Não! Não é uma meta, ou seja; um bem adquirido e que ele por si só… poderá existir sem que façamos qualquer esforço. E eu acho que nós todos devemos ter a consciência e a noção de que, cada um de nós pessoalmente e os autores institucionais devem dar o seu melhor para preservar um bem, que é de todos os moçambicanos.
Do mesmo modo; um dos grandes desafios que nós temos nos próximos anos até para a reconciliação é trazer o discurso de justiça, fraternidade e principalmente de tolerância. Esta é uma das questões principais.
Sabemos que, a paz é fruto de contradições profundas existentes no seu da nossa sociedade e…,eu acho que um dos nossos grandes desafios, para além da manutenção da paz e da nossa reconciliação nós precisamente alterar o nosso paradigma de formulação de Políticas Públicas. Porquê! Porque só assim poderemos estar a altura de respondermos àquilo que são os desafios que temos pela frente mormente; o combate a pobreza, combate a corrupção, uma educação com qualidade para todos os cidadãos, uma economia que possa efectivamente diversificar-se e com isso gerar capacidade económica e riqueza para depois redistribuirmos para os nossos cidadãos, precisamos trabalhar em prol da saúde, precisamos melhorar o nosso sistema de justiça e…, portanto; eu acho passados todos esses anos de independência nacional, temos uma janela de oportunidade única para corrigirmos muito daquilo, que não fizemos ou fizemos mal ou não fomos capazes de fazer por razões óbvias.
Ainda assim; temos sabido lidar com os erros, corrigindo o que está mal e evoluindo para a excelência porque de facto, os ganhos dos últimos 43 anos estão ai.
Melhoramos o nosso índice de qualidade de vida, diminuímos a nossa taxa de mortalidade infantil, conseguimos ter uma taxa de cobertura escolar acima dos 60%, aumentamos a nossa esperança média de vida, a economia cresceu mas…, nem tanto quanto gostaríamos que tivesse crescido, ainda temos uma economia que é muito dependente dos outros e…, portanto me parece ainda assim haver aqui uma grande janela de oportunidade para que todos nós e quando me refiro todos nós, não é só Estado, me refiro aos Partidos políticos, a sociedade civil temos aqui, uma grande oportunidade de (re) construir um país que possa ser de todos um país melhor para todos e, para se viver.
E…,neste dia em que festejamos mais um aniversário da nossa independência nacional; uma visão nós temos que ter fundamentalmente aqueles, que têm a responsabilidade de governar o país. Que o desenvolvimento social de Moçambique vai ser determinante nos próximos anos para que, a estabilidade politica continue no nosso país. Porque…, nós estamos a ver exemplo; os conflitos que existem nos países africanos; na República Democrática do Congo, na República Centro Africana, no Burundi etc, etc é porque de facto não houve a chamada integração nacional.
Ou seja; eles passaram duma fase de reconciliação e, falharam ou estão falhando na minha opinião, na chamada fase de integração nacional e…, em Moçambique isso é possível fazer de facto se, combatermos as desigualdades sociais, assimetrias regionais ao nível do país.
E…,esta visão, eu creio que todos nós temos que ter, fundamentalmente aquele que têm a responsabilidade de governar o nosso Moçambique.
n/b:
“Quando o homem branco chegou a nossa terra; nós tínhamos a nossa terra e eles tinham a Bíblia, e quando demos a conta, nós ficamos com a Bíblia e o homem branco ficou com a terra” (Sam Nujoma)
*Agora nós somos donos da nossa própria terra então é preciso que haja estratégias de desenvolvimento.
Manuel Bernardo Gondola