Dia da Independência e a actuação das FDS nos municípios da Beira e Dondo
Outra vez e, talvez, dando razão à desconfiança e consequente renitência de a Renamo aceitar desmilitarizar-se definitivamente, a Polícia da República de Moçambique, entidade que se pretende assuma uma postura efectivamente republicana, quase decidiu proibir a participação do Movimento Democrático de Moçambique nas festividades do dia da Independência Nacional.
Em resultado da estranha e pouco criteriosa actuação da polícia, na Beira, um jovem do MDM foi mordido por um cão da Polícia e, no Dondo, a cerca de 30 quilómetros da Beira, quinze tiros foram disparados, tudo na perspectiva de dispersar membros do MDM que tentavam forçar a sua participação nas festividades.
No local, as forças policiais não conseguiam encontrar justificação objectiva para a tentativa de impedir a participação do MDM, limitando a apontar supostas práticas partidárias pelo facto de os membros do “galo” normalmente se fazerem às cerimónias similares munidos de bandeiras partidárias. Na verdade, a proibição, cai logo por terra, sabido que as organizações ligadas ao partido no poder, a exemplo da Organização da Juventude Moçambicana e Organização da Mulher Moçambicana, normalmente, fazerem-se aos eventos nacionais munidos das respectivas bandeiras partidárias.
Uma das questões que muito a Renamo tem apontado para manter a sua ala militar é o facto de entender que as Forças de Defesa e Segurança (FDS) estão ao serviço do partido no poder, e não de todos os moçambicanos.
Aliás, casos de vassalagem da Polícia da República de Moçambique ao partido Frelimo já foram confirmados em vários casos, a exemplo da carta elencando as razões que poderiam ter estado por detrás da derrota do candidato do partido no poder Pio Matos, nas eleições autárquicas, na cidade de Quelimane.
Ainda em relação ao jovem atacado na cidade da Beira por um cão largado, deliberadamente, por um agente policial para correr com os jovens do MDM que forçavam a sua participação nas cerimónias do dia 25 de Junho, a Polícia não se dignou sequer a levá-lo ao hospital. Esta apenas fez uma guia para o hospital, mas chegado à unidade sanitária, o jovem nem foi atendido porque o centro de saúde da Munhava não dispunha de uma vacina anti rábica.(D. Bila)
MEDIAFAX – 26.06.2018