Contra tudo e contra todos
Membros do Governo de Moçambique e membros do Governo da China estão reunidos em Maputo, durante quatro dias, para a VI Sessão da Comissão Conjunta para a Cooperação Económica, Técnica e Comercial entre os dois países. O encontro visa fazer uma re tropesctiva sobre os avanços obtidos desde a realização da V Sessão da Comissão Conjunta, em Junho de 2015, no tocante à cooperação nos sectores de comércio, infra-estruturas, investimentos e ajuda ao desenvolvimento.
Participam na V Sessão da Comissão Conjunta funcionários do Ministério da Economia e Finanças, do Ministério da Indústria e Comércio, da Agência de Promoção de Investimentos e Exportação de Moçambique e representantes das empresas chinesas e das empresas moçambicanas.
Os encontros já produziram cinco memorandos de cooperação, nomeadamente:
– actas das minutas acordadas na Comissão;
– acordo de implementação do projecto do Aeroporto do Xai-Xai, avaliado em 60 milhões de dólares, que prevê a construção de pista, terminal, instalações auxiliares, estrada de acesso e a programação dos procedimentos de voo;
– acta sobre a visita de campo do Instituto Técnico-Profissional da Gorongosa, que prevê a construção dos edifícios de ensino, oficinas de formação, refeitório, dormitórios para estudantes e apartamento para docentes. O Instituto Técnico-Profissional da Gorongosa terá a capacidade de aceitar 740 formandos anualmente e leccionará cursos de agropecuária;
– nota do projecto da segunda fase de assistência técnica ao Estádio Nacional do Zimpeto, avaliado em 1,8 milhão de dólares, que consiste em o Governo da China enviar a Moçambique engenheiros de corrente forte e de corrente fraca, sistema de aquecimento e ventilação, abastecimento e drenagem de água, manutenção de elevador para a assistência de operação no Estádio, no período de três anos e fornecerá alguns equipamentos e peças sobressalentes; – nota do projecto da terceira fase da cooperação no domínio da investigação agrícola, orçado em 3,15 milhões de dólares. O Governo da China enviará especialistas agrícolas na área de agronomia, agroprocessamento, pecuária, clinica veterinária, laboratório de veterinária, demonstração técnica e formação, no período de três anos e facultará alguns equipamentos agrícolas e oportunidades para capacitação dos técnicos moçambicanos na China.
O valor global dos projectos atrás mencionados é calculado em 100 milhões de dólares norte-americanos, equivalente a cerca de seis biliões de meticais.
No discurso de abertura da VI Sessão da Comissão Mista entre a República de Moçambique e a República Popular da China, o ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, José Pacheco, disse que pretende que este desenvolvimento seja alimentado pelas iniciativas de desenvolvimento na cooperação, nomeadamente, no domínio da capacidade produtiva, estabelecimento de zonas económicas especiais, para fazer face à actual conjuntura económica e financeira que Moçambique enfrenta e, futuramente, à inclusão de Moçambique na iniciativa “Rota da Seda do Século XXI”, o que, por sua vez, irá permitir uma cooperação profícua com benefícios recíprocos nas áreas de coordenação de políticas de desenvolvimento, infra-estruturas de conectividade e livre comércio, integração financeira e intercâmbio entre os povos.
Por sua vez, Qian Keming, vice-ministro do Comércio da China, mostrou-se satisfeito pelo aumento das trocas comerciais no ano de 2017 e considerou que ainda existe potencial de desenvolvimento nesta área.
“O Governo da República Popular da China continuará a aumentar as importações dos produtos de Moçambique, com o objectivo de melhorar a estrutura e qualidade do comércio bilateral”, afirmou Qian Keming e acrescentou que a parte chinesa vai acolher a participação de missões empresariais moçambicanas nas actividades promocionais económicas e comerciais na China, tais como a primeira sessão da Feira Internacional de Importações da China, que se realizará em Shanghai em 2018, e a Feira de Importações da China (Feira de Cantão). (Reginaldo Mangue)
CANALMOZ – 05.06.2018