A FICÇÃO DE LOBO ANTUNES E A GUERRA COLONIAL1
Toda a invenção é memória. (...) Quem nos arranja os materiais é a memória.
As tais coisas de que a gente não fala e aparecem nos livros, de maneiras desviadas.
António Lobo Antunes, Expresso (2010)
INTRODUÇÃO
Fui uma das pessoas contactadas pelo coronel Alberto Ribeiro Soares para colaborar no sentido de recolocar a verdade objectiva sobre algumas afirmações polémicas que o escritor António Lobo Antunes inscreve nas suas memórias enquanto médico militar na guerra colonial em Angola. Estão em causa situações, ocorrências ou factos reportados ou ficcionados em obras literárias da sua autoria e reproduzidos amiúde em intervenções públicas.
Entre as obras em causa refira-se designadamente Os Cus de Judas, Cartas de Guerra e Até que as Pedras se tornem mais Leves que a Água, esta a última publicada. O romance Memória de Elefante, com que o escritor inaugura a sua produção romanesca, não entra no lote da nossa apreciação porque só indirectamente aflora a temática da guerra colonial (um médico psiquiatra que não se readapta à vida civil depois de regressar da guerra colonial), e, portanto, não dando propriamente azo aos pontos de polémica que nos interessa aqui analisar.
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