A Frelimo, partido no poder em Moçambique, reconhece a importância das igrejas para a construção da cidadania e moralização de toda a sociedade.
O reconhecimento foi expresso na passada sexta-feira, em Maputo, pelo secretário-geral da Frelimo, Roque Silva, durante uma reunião que manteve com os líderes religiosos.
O encontro tinha por objectivo a troca de informações sobre o desenvolvimento do país e colher subsídios que ajudem a melhorar o trabalho partidário e de governação. Roque Silva disse ser importante que o partido vá as igrejas colher o pensamento crítico do processo de desenvolvimento do país, bem como o ponto de vista dos religiosos em volta do que podem fazer para influenciar todo o sistema de governação de modo a construir uma sociedade com um sentido moral profundo.
“Estamos aqui para agradecer as igrejas pelo papel que têm estado a desempenhar neste processo de construção e consolidação da paz. Temos estado assistir um grande movimento de instituições religiosas em apoio a paz, o que significa que eles são importantes no processo de pacificação”, disse.
Durante o encontro, os líderes religiosos queixaram-se do elevado custo de vida decorrente dos sucessivos aumentos dos preços de produtos de primeira necessidade, falta de água nos bairros e irregularidade no fornecimento de energia eléctrica.
“Não estamos satisfeitos com o fornecimento de água e energia. Além disso, não termos fornecimento da água e quando chega fim do mês trazem uma factura com um consumo acima do normal”, queixaram-se os presentes, para de seguida questionar “como é possível vir a factura se não temos água?”.
Em resposta as preocupações, Roque Silva disse que o país precisa de produzir mais por forma a responder aos anseios da população.
“Vamos apelar para que haja mais comunicação e aproximação para que as comunidades possam perceber o que está acontecer e, para o efeito, é importante que os ministros, vice-ministros e outras estruturas do sistema de governação tenham um contacto directo com as comunidades”, disse.
“Portanto, são essas as contribuições que vínhamos buscar para permitir que haja uma interacção directa com a comunidade”, anotou.
Ainda na manhã de hoje Roque silva manteve um encontro com os membros da Associação dos Médicos Tradicionais de Moçambique (AMETRAMO).
O PAÍS – 26.08.2018
NOTA: Ainda se lembram quando a Frelimo probiu o culto religioso? Como eles mudam de mansinho…
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE