O líder interino da Renamo, principal partido da oposição, disse hoje que aquela força política mantém a pretensão de ver os seus quadros integrados no Serviço de Informação e Segurança do Estado (SISE).
"Em nenhum momento [a Renamo desistiu da exigência de integrar o SISE], seria fatal se fizéssemos isso, seria suicídio", declarou Ossufo Momade, em entrevista ao semanário Canal de Moçambique.
Momade frisou que nas negociações que a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) está a manter com o Governo sobre a paz, o partido não tem abdicado da exigência de integrar o SISE.
"Por isso, na cidade da Beira, quando reuni com o Presidente da República [Filipe Nyusi], uma das questões mais importantes que trazia era a integração no SISE", acrescentou.
Também no diálogo com o Grupo de Contacto, que integra os mediadores internacionais, a Renamo nunca prescindiu de exigir a presença dos seus quadros nos serviços de informação, acrescentou.
"Há uma necessidade de integrar os elementos da Renamo nos serviços secretos, porque todos sabemos que é de lá onde saem os problemas, as matanças, os sequestros, as emboscadas são planeadas lá", disse Ossufo Momade.
Momade aludia às acusações que a Renamo sempre imputou ao SISE de que operativos da instituição executam assassinatos políticos de membros da oposição.
O pronunciamento do líder interino do principal partido da oposição surge na sequência de notícias veiculadas pela imprensa moçambicana de que a Renamo prescindiu da integração dos seus quadros no SISE, no âmbito das negociações sobre a paz.
Além da integração no SISE, o processo negocial inclui a presença de oficiais do braço armado da Renamo nos postos de comando das Forças de Defesa e Segurança moçambicanos e a aprovação já consumada do pacote legislativo sobre a descentralização.
LUSA – 29.08.2018
NOTA: Era necessário este esclarecimento e pela pessoa que o deu.
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE