O Governo moçambicano diz que reconhece e está preocupado com a tendência de fracasso da maior feira económica nacional, a FACIM, que este ano teve a maior baixa do número de visitantes.
Augusto Fernandes, vice-ministro dos Recursos Minerais e Energia, falando na qualidade de porta-voz do Conselho de Ministros, semana passada, disse que a última sessão deste órgão dedicou um momento ao balanço da 54.ª edição da Feira Agropecuária, Comercial e Industrial de Moçambique (FACIM), que encerrou recentemente.
Inaugurada com uma previsão oficial de cerca de 2000 expositores e 160.000 visitantes de 20 países esperados, a FACIM 2018 encerrou com um número muito abaixo das expectativas, apenas 40.000 visitantes, 25% do previsto.
O Conselho de Ministro diz que, para alterar este cenário, está a estudar formas de profissionalizar a gestão da Feira, que actualmente é gerida pela Agência para a Promoção de Investimento e Exportações (APIEX).
“O nosso balanço constatou que tivemos uma participação baixa, daí que queremos profissionalizar a Feira”, disse Augusto Fernandes e acrescentou que o Governo está a pensar em colher experiências do Zimbabwe, que tem feiras que são lucrativas. “Nós queremos buscar essas experiências para a FACIM”, afirmou.
Uma das surpresas da edição deste ano da FACIM foi o sucesso registado nas vendas do “gonadzororo”, um afrodisíaco tradicional moçambicano produzido na região centro do país, principalmente na província de Sofala. Esta província foi distinguida como a melhor expositora na 45ª edição da FACIM. O tratamento dado pelo Governo pelo sucesso do “gonadzororo” provocou algum debate na opinião pública, pois há quem considere irrelevante a promoção daquele produto.
O “Canalmoz” perguntou a Augusto Fernandes como é que o Governo reage às críticas sobre a promoção daquele produto, e ele respondeu: “Sob o ponto de vista de Governo não é relevante. Isto é um assunto pontual que foi levantado. Não foi referido no balanço que fizemos. Olhámos muito para aquilo que é a própria FACIM, a organização, porque queremos melhorar a FACIM nas próximas edições”.
Augusto Fernandes acrescentou: “O que nós estamos a pensar sobre a FACIM é ter uma gestão mais profissional, porque a FACIM é um ponto de atracção. O ‘gonadzororo’ foi uma coisa pontual, mas há outros assuntos relevantes que fo ram discutidos, sobretudo na gestão da própria Feira. Queremos ter uma FACIM mais profissional”.
A Agência para a Promoção de Investimentos, actual gestora da FACIM, foi criada recentemente como resultado da fusão de três instituições: o Centro de Promoção de Investimentos, o Gabinete das Zonas Económicas de Desenvolvimento Acelerado e o Instituto para a Promoção de Exportações. (Eugénio da Câmara)
CANALMOZ – 18.09.2018
NOTA: Num país falido o que era de esperar?
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE