O Ben voltou. Arlindo Chenda Pena “Ben Ben”. Vinte anos depois. General (à época do fatídico) chefe de Estado-Maior General Adjunto das FAA (hipoteticamente exército nacional e não do MPLA), logo distante, da guerrilha. Evacuado, por doença, para a África do Sul aí viria a falecer.
Por William Tonet
Sendo cidadão de pleno direito, a família pensou em trazer o corpo, como acontece com qualquer cidadão, mas, inesperadamente, o regime, vetou a pretensão.
Com este gesto, levou, também, à morte a mulher Vide. Aprisionar um corpo inerte, numa câmara fria, num país estrangeiro, não lembra o diabo, mas demónios que, boçalmente, não se coibiram de imputar despesas ao Estado face a essa bestialidade, quando Ben Ben não amedrontava nada, nem ninguém…
Quanto o país gastou? Quem será o responsável por esta monstruosa violência, só possível ser praticada por mentes subdesenvolvidas, demoníacas?
Não aceito a tese deste pensamento estar aliado aos pretos, aos africanos. Não! Sou preto, angolano e africano e não penso, nunca pensei, nunca pensarei de forma bastarda.
Quem aprisiona um morto e dele tem medo, não é um ser humano normal. É um demente, um subdesenvolvido, um bastardo, um desprezível na face da terra.
Não existem justificações, plausíveis, do MPLA para tamanha barbaridade, contra a mulher, filhos, mãe, irmãos e família do malogrado, impedindo a realização, de acordo com a cultura angolana dos povos Ovimbundus, o sagrado ritual, pós-morte.
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