Arredores da cidade de Nampula
Os moradores da comunidade de Mucopoa, no bairro de Marere, arredores da cidade de Nampula, estão contra o conselho municipal local, devido aquilo que eles alegam ser usurpação de suas terras, ao conceder autorização a Universidade Lurio, para expansão das suas instalações.
São mais de 1.500 famílias, que juram de pés juntos de que aqueles espaços sempre serviram para fazer suas machambas mas que, segundo apurou a nossa Reportagem junto daquela comunidade, os gestores da UniLúrio decidiram canalizar uma quantia em dinheiro ao Conselho Municipal, num valor estimado em cinco milhões de meticais, para efeitos de compensação aos afectados e que a edilidade chefiada, na altura, por Castro Namuaca, não fez chegar aos legítimos beneficiários.
O problema foi herdado por Mahamudo Amurane, que mostrou-se incapaz de solucionar até a data da sua morte. QuandoPaulo Vahanle concorria a presidência do Conselho Municipal deslocou-se a comunidade de Mucopoae prometeu resolver o imbróglio.
Sucede que após vencer o escrutínio e ter tomado posse como edil de Nampula, Vahanle não moveu nenhuma palha para resolver o conflito de terra de longa data, tendo surpreendido os populares com ordens para a sua retirada. A edilidade pretende reassentar os residentes de Mucopoa na zona de Mulhakho, uma medida que visa dar lugar aos planos de expansão da UniLúrio.
O vereador para a área de Infra-estruturas, Urbanização e Meio-ambiente, Torres Colarinho, quase foi linchado pelos populares quando desejava sensibilizar a comunidade, convencendo para aceitar o abandono das suas terras para dar lugar o plano daquela instituição de ensino superior.
Instado a se pronunciar sobre o caso, o presidente do Conselho Municipal de Nampula, Paulo Vahanle, coloca a razão do lado dos munícipes, mas vê-se na incapacidade de solucionar o imbróglio, pelo facto de se tratar de um caso que foi provocado pelos seus antecessores. Prometeu, entretanto, delegar um grupo de funcionários da edilidade para negociar com os proprietários das machambas, porquanto, afirmou Vahanle, não se pode assistir conflitos de terra a desenvolverem de forma incontrolável, “porque a terra não é de ninguém, é do Estado moçambicano”.
WAMPHULA FAX – 03.09.2018