O ministro do Desenvolvimento de Angola considerou hoje que o modelo de distribuição e comercialização de produtos no tempo colonial tinha elementos positivos que devem ser usados como exemplo para os dias de hoje.
Num debate com deputados para apresentar o Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN) 2018-2022, o ministro de Estado do Desenvolvimento Económico e Social de Angola, Manuel Nunes Júnior, reconheceu a necessidade de uma rede de distribuição capaz de assegurar as necessidades do país.
"Para todos nós que estudamos história económica de Angola, sabemos que nos tempos mais áureos da economia angolana, em que a produção nacional era realmente algo bastante forte - estamos a referir ao que o professor Dilolua chamava o último ano normal do colonialismo português, em 1973 - tínhamos níveis de produção já com algum significado e havia um sistema de comércio também bastante bem estabelecido, lubrificado e que funcionava", disse Manuel Nunes Júnior.
Para o ministro, o país deve "buscar os aspetos positivos dessa experiência, do sistema que havia de comercialização".
Depois, "nos dias de hoje, com a tecnologia mais avançada que há, com os conhecimentos mais avançados que temos, ver como é que podemos estabelecer, para termos realmente um programa de estabilização feito pelo mercado, pelos agentes económicos privados e consigam fazer esta interligação entre os que produzem no campo e trazê-los aqui para os grandes centros de consumo, temos de ser capazes de fazer isso", frisou.
Manuel Nunes Júnior referiu que especialistas do Ministério do Comércio estão a analisar essa situação, tendo em conta um prazo estabelecido pelo Executivo "para cumprirem com esta missão".
"Para nós é importante que haja uma ligação muito forte entre a produção e o sistema de distribuição. Já foram montados vários cenários, modelos, que não deram muito certo alguns deles, mas creio que se formos beber na boa experiência e fazer as devidas adaptações ao tempo, porque de (19)73 para 2018 são muitos anos, mas fazendo as devidas adaptações à tecnologia, ao avanço do conhecimento, penso que podemos encontrar um bom modelo", reiterou.
LUSA – 30.10.2018
NOTA: Há muito mais que podem trazer do "sistema colonial português". Independência sim, mas "escangalhar" não. Mas foi o que fizeram os novos países lusófonos.
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE