Pesca de atum
A Pescamoz, empresa detida pela firma Monte Binga, ramo empresarial do Ministério da Defesa Nacional (MDN), vai duplicar as suas exportações de atum para duas mil toneladas este ano, anunciou a companhia.
“Tivemos um aumento na produção nos últimos anos, estamos obviamente a aumentar o número de barcos e produção, bem como a taxa de pesca de atum”, declarou ao portal Zitamar o director da Afritex, firma das Maurícias que detém a maioria da participação da Pescamoz, Filipe Lobo.
Filipe Lobo acrescentou que a Pescamoz está a tirar proveito dos investimentos que aplicou no negócio de atum e a expandir a sua frota de barcos. A empresa, prosseguiu, tem processado o atum nas suas instalações na Beira e tem contratos com grandes vendedores a retalho dos EUA e com vários restaurantes.
Erudito Malata, da Administração Nacional de Pescas, afirmou recen temente que o sucesso da Pescamoz reflecte o crescimento da pesca de atum em Moçambique e que tem atraído novos actores. Contudo, o quadro geral no sector de atum mostra-se misto, uma vez que a quantidade da principal espécie de atum está em declínio.
A situação deve-se ao facto de estar em vigor a imposição de quotas de pescado como forma de evitar a pesca excessiva, no âmbito dos compromissos ao nível da SADC. As autoridades moçambicanas têm estado a negociar o aumento da sua quota de pescado com outros estados costeiros.
O director-geral da Pescamoz assinalou que o agravamento em 200% das taxas aplicadas a empresas estrangeiras do sector de pescas constituiu um entrava na área. A Pescamoz opera actualmente com 13 barcos e espera contar com mais sete até ao final do ano em curso. A empresa exporta 85% da sua produção para os EUA, Japão e Europa, vendendo o remanescente no mercado doméstico.
Algumas companhias espanholas pararam a actividade pesqueira em Moçambique, devido a essa subida exponencial nas taxas. O director adjunto da OPAGAC, uma associação de empresas pesqueiras espanholas, Miguel Herrera, disse à Zitamar que empresas ligadas à agremiação suspenderam a actividade em Moçambique. A Monte Binga detém 50% da Proindicus, a primeira das três empresas constituídas secretamente através de empréstimos ilegais contraídos com o aval da administração Guebuza. A Ematum, uma das empresas envolvidas no escândalo, detém uma frota de 24 barcos, e que recebeu um financiamento de 850 milhões de dólares dos empréstimos escondidos. Recentemente, a Ematum anunciou um acordo de parceria com a FrontierServicesGroup, do norte-americano Erik Prince, mudando a denominação da empresa para Tunamar.
MEDIA FAX – 23.10.2018