Na sequência da realização das 5ªs Eleições Autárquicas, no dia 10 de Outubro de 2018 manifestei a minha preocupação e do meu Partido sobre o silêncio quer da Sociedade Civil, quer da Comunidade Internacional e sobretudo do Presidente da República na sua qualidade do mais Alto Magistrado da Nação Moçambicana, em relação às graves irregularidades que mancharam as eleições Autárquicas do dia 10 de Outubro de 2018.
Apesar do nosso vigoroso apelo para a reposição da verdade eleitoral continuamos a assistir manobras que visam pôr em causa a vontade popular expressa nas urnas.Perante esta tentativa de manietar a nossa jovem democracia que os Moçambicanos duramente conquistaram com grande sacrifício, na minha qualidade de Coordenador da Comissão Política Nacional do Partido Renamo dirijo-me as Moçambicanas e aos Moçambicanos.
Assim:
1. Lamento a situação deplorável em que se orgulha o nosso País sempre que termina um processo eleitoral.
Tomamos conhecimento que a Comissão Nacional das Eleições já anunciou resultados que não satisfazem as outras partes concorrentes visto que o tipo de apuramento foi uma autêntica farsa, pois na base de manipulação e falsificação, dos resultados divulgados satisfazem o Partido no poder. É estranho como a CNE, órgão que dirige e coordena os processos eleitorais em Moçambique, de forma leviana usou aditadura do voto para tal apuramento, quando, no uso das suas competências exclusivas deveria socorrer-se de actas e editais provenientes das Autarquias.
2. Porque a Paz, a estabilidade social são um património colectivo, convido à Sociedade Civil, às Confisões Relegiosas e à Comununidade Internacional, através do Grupo de Contacto nas negociações entre a Renamo e o Governo e às Nações Unidas para a reposiçào da verdade eleitoral de modo a salvaguardar a Paz efectiva e o bem-estar da população Moçambicana.
3. Não se pode falar da Paz e do bem-estar dos Moçambicanos enquanto prevalecem os conflitos pós eleitorais, porque se assim for nunca teremos a Paz, nem daqui a 500 anos. Podemos chamar os Peritos Militares de todo o mundo, mas enquanto nós como povo não termos coragem de resolver os problemas essenciais das nossas contradições, que são as fráudes eleitorais, nunca, mas nunca mesmo, teremos um ambiente social que permita aconvivência pacifica e o desenvolvimento económico.
4. Temos que ter coragem de curar definitivamente as feridas aplicando o medicamento certo, isto é: o respeito do voto depositado na urna.
Pois, se nos faltar essa coragem, jamais teremos as feridas saradas e um Moçambique próspero.
5. Sarar as feridas, significa cavar e arrancar as raízes das fraudes eleitorais, significa haver eleições justas, livres, transparentes e credíveis.
6. Nós, a Renamo exigimos uma Comissão de Inquerito Independente que irá trazer a verdade eleitoral dos Municípios de Monapo, Alto-Molocue, Marromeu, Moatize e a cidade de Matola para tal queremos contar com os bons oficios das Nações Unidas.
7. Do meu lado, Ossufo Momade, como Coordenador da Comissão Politica Nacional do Partido Renamo estou pronto para tudo fazer de modo a manter a Paz e a estabilidade social, como forma de continuar com a luta abnegada do saudoso Presidente Afonso Macacho Marceta Dhlakama.
Por isso, quero aqui e agora convidar mais uma vez, o Chefe do Estado, na sua qualidade do mais Alto Magistrado da Nação para urgentimente pôr termo o probelama que afecta o nosso País, sob pena de cairmos no retrocesso das presentes negociações que estão a decorrer num ambiente de tréguas e entendimentos que nos levará a uma Paz efectiva e duradoura.
8. Mais uma vez, o Partido Renamo saúda aos Munícipes das cinquenta e três (53) Autarquias pela cidadania demonstrada e pelo voto de
confiança depositado no meu Partido.
Gorongosa, Aos 25 de Outubro de 2018.