Com imprecisões conceptuais a mistura (para confundir mais?) chamando ‘consolidação da divida’ de 'consolidação fiscal’! Mas deixemos esses assuntos de parte (existem manuais para tal, é somente uma questão de ele refrescar a memória e deixar de confundir as pessoas porque ainda uma maior ‘consolidação fiscal’ se revelará necessária quando se tiver completado a consolidação da dívida’ publica toda, isto é, quando se tiver feito o apanhado e trazido para a luz do dia todas essas dividas (e garantias emitidas pelo estado a favor) das empresas publicas, ministérios e organismos autónomos do Estado, bem como os seus atrasados nos pagamentos de dividas anteriores e pelos bens e serviços do Estado. E isto tem que ser feito não só para um ano ou dois. Deve ser feito para um histórico de pelo menos dez anos, porque toda essa orgia da dívida começou há muto mais tempo do que se pretende fazer as pessoas acreditar. Portanto, o que MEF devia fazer era o HISTORICO (!) da divida consolidada do sector publico para podermos ver qual é a sua tendência ao longo desses anos até agora. Mas se ele trás somente essas outras dividas somente para os últimos dois anos, não pode vir aqui culpar as pessoas de lerem isso como significando um aumento da divida, porque o referencial das pessoas é aquilo que conhecem das próprias publicações do Governo que têm estado a omitir do público essas outras dívidas para fazer as contas convencionais do governo parecerem bonitas. Porque razão o MEF não faz e publica esse histórico?
Sobre o uso dos Bilhetes do Tesouro para fazer politica monetária, isso é também outra confusão, que não torna transparente os custos da politica da politica fiscal e monetária (estes últimos que também são muito elevados!). Quando BM usa BTs para enxugar a liquidez a essas taxas de juros elevadíssimas, quem paga? O BM ou o Tesouro? Será que o Tesouro só paga os juros sobre os BTs que usa para financiar o défice, ou paga juros sobre todos os BTs emitidos pelo BM, isto e', incluindo os que são usados para fins que não sejam necessariamente para financiar o défice fiscal. Aonde é que podemos ver isso tanto nas contas do Tesouro como nas contas to BM? Por outro lado, se como diz o ministro o Tesouro não usa todo o stock de BTs emitidos pelo BM, porque razão ainda tem que ir procurar adiantamentos do Banco Central para financiar o défice em lugar de usar os valores arrecadados pelo BM e representados pelo stock remanescente dos BTs. Isto tem que ser esclarecido para acabar com a confusão que se gera nas nossas cabeças.
E finalmente, por que razão o BM usa BTs para fazer politica monetária em lugar de usar os TAMs (Títulos da Autoridade Monetária, que alguns chamam de "Títulos Adriano Maleiane" precisamente por terem sido criados por iniciativa do atual Ministro de Economia e Finanças na altura em que era Governador do BM)? Todo este emaranhado somente mostra que os instrumentos das políticas macroeconómicas (fiscal e monetária) bem como a sua execução, estão envoltos numa nebulosidade e confusão total. E para deitar mais poeira, aparecem os respetivos dirigentes a jogarem um 'ping-pong' de "explicações" incompletas. Podem por favor esclarecer tudo isto de uma vez por todas pra que nós outros cá fora não continuemos a ser tomados por confusos e ignorantes como sempre se diz?
In https://www.facebook.com/robertojulio.tibana/posts/1962306567188889:0
Veja http://www.verdade.co.mz/tema-de-fundo/35/67187?fb_action_ids=1962306567188889&fb_action_types=og.comments&fbclid=IwAR2PAaeI0adBz8i-L3Ksm-soRyr5KasmzWO9NkL_pQaQYDK_mrKnM0v5QSc