Terror prevalecente e sem explicação nos distritos do norte de Cabo Delgado
Numa altura em que a sociedade continua a questionar o não esclarecimento e a continuação dos ataques armados e terroristas no norte de Cabo Delgado, o Presidente da República, finalmente, decidiu tomar coragem e questionar as razões por que até hoje os “nossos” serviços Investigação [Criminal e Informação e Segurança do Estado] não sabem quem são e o querem os atacantes. Para o Chefe de Estado e Comandante em Chefe das Forças de Defesa e Segurança (FDS) não é concebível nem compreensível que, passado um ano, não se saiba ainda quem, efectivamente são e o que, concretamente querem os grupos armados que, desde Setembro do ano passado, tem estado a semear dor, terror e destruição em vários distritos da província de Cabo Delgado. “As novas formas de criminalidade aumentam a pressão sobre os serviços de investigação criminal, daí que devem melhorar a capacidade de interpretação dos fenómenos e aprimorar as técnicas de investigação criminal. Temos de investir em tecnologias modernas. Não podemos completar um ano [mês passado], desde que os malfeitores começaram a actuar. É altura de os nossos serviços saberem quem são” – disse Nyusi, durante o discurso de abertura do XVIII Conselho Coordenador do Ministério do Interior, que teve lugar ontem, na cidade de Maputo. Anotou ainda que é um imperativo os serviços de investigação encontrarem mecanismos de continuamente ajustarem-se e organizarem-se do ponto de vista funcional para que se mostrem competentes na resolução das questões impostas pelas novas dinâmicas e exigências do desenvolvimento. Os ataques de homens amados em Cabo Delgado já causaram, desde Setembro do ano passado, a morte de cerca de 100 pessoas, entre a população civil e alguns agentes das Forças de Defesa e Segurança. Por outro lado, muitos residentes locais foram obrigados a abandonar tudo que tinham, incluindo campos de produção agrícola, para buscar segurança em outras zonas, particularmente nos centros das vilas sedes distritais.
MEDIA FAX – 09.11.2018