Por Fátima Mimbire
Ontem ouvi com alguma preocupação o Ministro do Interior, Sr.Monteiro, dizer, na TVM, que os atacantes em Cabo Delgado são criminosos de delito comum. Hum🤔
Estes criminosos de delito comum, como diz o Ministro estão a causar terror em vários distritos de Cabo Delgado há sensivelmente 14 meses. A Polícia, preparada para tratar de delito comum não está a dar conta. Os militares estão, também, no terreno e cometendo algumas arbitrariedades, mas controlar a situação: nem por isso!
Aí me pergunto: como podem criminosos de delito comum levar pessoas a deslocarem-se das suas zonas deixando tudo para trás de modo a salvar o mais importante: suas vidas? Estes criminosos só me lembram os filmes de terror causados por quadrilhas bem financiadas para desestabilizar um país e um povo. Algumas vezes financiada por bandidos de dentro do regime (alguém viu o Bastile day), orquestrada por gente insatisfeita por alguma razão e disposta a tudo (alguém assistiu assalto à Londres?). As quadrilhas das favelas brasileiras foram/são tratadas à medida. Podia citar mais.
Mas a pergunta mais profunda é: com que base o Sr Ministro faz tal afirmação? Já fizeram um estudo? Quando? Ja têm estratégia de resposta- é que a que estão a implantar agora não funciona (se é que a acção é estratégica-pode ser uma simples acção de resposta e diga-se, na penumbra).
A nossa inteligência continua preocupada em fofocas da vida das pessoas que preocupam a elite do regime ou está, também, no terreno a trabalhar para não deixar que a acção dos tais bandidos de delito comum continuem a ser surpresa? Recentemente houve mais um ataque-ouviram falar????
ps: Quando é que o Governo vai criar condições para recorrermos ao Tribunal Africano em caso de violações dos direitos humanos e negligência do Governo? Este caso demonstra muita leviandade no seu tratamento e alguém tem de ser responsabilizado. Há vidas se perdendo e nós a catalogarmos gente que mata e esquarteja concidadãos nossos de "criminoso de delito comum" e pior, nem um estudo para compreender o fenômeno e depois traçar a estratégia de ataque, bem como para comunicar eficazmente aos cidadãos sobre a situação estamos interessados em fazer, pelos vistos.
Há 14 meses estamos sob ataque de "estranhos" e achamos que eles são tipo malta Nequinhas!