O ministro da Defesa, Atanásio Salvador Mtumuke, nomeou ontem, interinamente, três oficiais da Renamo para cargos de direcção nos departamentos de Informação, Comunicação e Operações do exércit, informa um comunicado oficial.
"As nomeações resultam dos consensos alcançados entre o Presidente da República, Filipe Nyusi, e o coordenador da Renamo, Ossufo Momade, no âmbito do diálogo político para o alcance da paz", refere o comunicado do Ministério da Defesa de Moçambique.
Trata-se do comodoro Inácio Lúis Vaz e dos brigadeiros Xavier António e Araújo Andeiro Maciacona, que passam a exercer interinamente as funções de Diretor do Departamento de Informações Militares, Diretor do Departamento de Operações, e Diretor do Departamento de Comunicações, respectivamente.
Os três oficiais tinham sido promovidos em agosto deste ano aos postos que ocupavam nas Forças Armadas pelo chefe de Estado, Filipe Nyusi, também no âmbito do processo negocial entre o Governo e a Renamo.
"As nomeações desencadeiam o processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração dos homens da Renamo", acrescenta o comunicado.
O atual processo negocial entre o Governo e a Renamo arrancou há pouco mais de um ano, quando Filipe Nyusi se deslocou à Gorongosa para uma reunião com o falecido líder da Renamo, Afonso Dhlakama.
As nomeações dos três oficiais são a implementação de um memorando de entendimento assinado em agosto deste ano entre o Governo e a Renamo, sobre a desmilitarização e a integração das forças do principal partido da oposição no exército e na polícia para o fim da crise política e militar no país.
Além do desarmamento e da integração dos homens do braço armado do maior partido da oposição nas Forças Armadas, a agenda negocial entre as duas partes envolvia a descentralização do poder, ponto que já foi ultrapassado com a revisão da Constituição, em julho.
Moçambique assistiu, entre 2015 e 2016, a um agravamento nos conflitos militares entre as forças governamentais e o braço armado da Renamo, que não aceita os resultados eleitorais de 2014, acusando a Frelimo de fraude no escrutínio.
LUSA – 12.12.2018
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