O Conselho Constitucional rejeitou hoje o recurso da Renamo na autarquia de Marromeu, que alegava irregularidades processuais, considerando que o principal partido da oposição devia ter feito a impugnação prévia na votação ao detetar essas irregularidades.
“Uma vez mais, eles rejeitaram nosso recurso, mesmo havendo uma fraude testemunhada por todos observadores”, declarou à Lusa André Magibire, mandatário da Renamo.
Em causa está a segunda votação em Marromeu, na província de Sofala, um processo que resultou da decisão do Conselho Constitucional de ordenar a repetição da eleição em oito mesas distribuídas por duas escolas daquela autarquia, na sequência de irregularidades nas eleições autárquicas de 10 de Outubro.
A Frelimo foi anunciada como vencedora da eleição com uma diferença de 46 votos para o principal partido da oposição, num processo classificado por organizações da sociedade civil e observadores como "grosseiramente fraudulento".
Para a Renamo, a decisão do Conselho Constitucional volta a pôr em causa a "vontade popular", na medida em que houve evidências da fraude em Marromeu.
"Os eleitores que sentem o seu voto a ser desviado em cada eleição estão cansados. Não podemos ter apenas a democracia escrita no papel. É necessário que se implemente", disse o mandatário da Renamo.
Com os resultados, a Frelimo e a Renamo terão o mesmo número de assentos no Conselho Autárquico de Marromeu (oito), e o Movimento Democrático de Moçambique terá um.
No total, a principal força da oposição em Moçambique interpôs recurso judicial dos resultados das eleições autárquicas de 10 de Outubro, em cinco municípios, mas nenhum foi aceite.
LUSA – 14.12.2018