O Governo dos Estados Unidos defendeu hoje uma revisão completa das regras e procedimentos no apuramento de votos em eleições em Moçambique, considerando fundamental o aumento da transparência nestes processos.
É necessária “uma revisão completa das regras e procedimentos eleitorais em torno do apuramento de votos”, refere um comunicado da Embaixada dos Estados Unidos em Moçambique distribuído hoje à imprensa.
Além de rever regras na contagem de votos, a embaixada norte-americana em Maputo considera que o país deve garantir um modelo mais flexível para resolução de disputas e elegibilidade de candidatos, apontando a transparência como um ponto fundamental nos processos eleitorais moçambicanos.
"Dar estes passos será essencial para assegurar que os resultados das eleições gerais de outubro de 2019 reflitam a vontade do povo e contribuam para a paz sustentável que todos os moçambicanos ambicionam", acrescenta o documento.
As conclusões da Embaixada dos Estados Unidos em Moçambique surgem no contexto da conclusão formal do ciclo de eleições municipais do ano passado, um processo cuja votação decorreu no dia 10 de outubro.
Na votação do dia 10, observadores e organizações da sociedade civil denunciaram várias irregularidades no processo, tendo a principal força de oposição do país, a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), submetido recursos em cinco municípios, mas nenhum foi aceite.
Marromeu (na província de Sofala) foi o único município em que os resultados eleitorais foram anulados, tendo o Conselho Constitucional ordenado a repetição da eleição em oito mesas distribuídas por duas escolas, mas o processo voltou a ser criticado por organizações da sociedade civil e observadores que assistiram a votação.
O ciclo eleitoral de 2018/2019 em Moçambique termina com as eleições gerais, agendadas para 15 de outubro.
LUSA – 07.01.2018
NOTA: Parece que os EUA se estão a substituir e a sobrepor aos legisladores moçambicanos.
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE