Relatório afirma que negócios são semelhantes aos assinados com Moçambique em que foram pagos milhões em subornos e "comissões"
O ministério de defesa de Angola sob a liderança de João Lourenço esteve envolvido em negócios de centenas de milhões de dólares com a companhia Privinvest acusada de subornar e corromper destacadas entidades oficiais moçambicanas no escândalo das “dívidas ocultas” de Moçambique, revela um relatório da companhia de análise de risco em África EXX Africa.
O relatório afirma que esses negócios ameaçam minar o combate á corrupção do governo e de “embaraçar destacados políticos angolanos e colocar novos riscos de reputação para os investidores em Angola”.
O documento afirma que há sinais de alarme quanto aos negócios da Privinvest em Angola “alguns deles que assinalam perigos para a reputação do presidente João Lourenço”.
O documento afirma que quando era ministro da defesa o actual presidente angolano visitou Moçambique “como parte de um esforço da Prvinvest de lhe vender um pacote semelhante”.
O documento diz que Angola – através da companhia Simportex que pertence ao ministério da defesa – assinou contracto para a compra de barcos e instalação de capacidade de construção no valor de 495 milhões de Euros “num contracto com semelhanças notáveis” ao acordo assinado com as companhias Proindicus e MAM de Moçambique
O funcionário da Privinvest Jean Boustani que foi preso em Nova Yorque por alegado envolvimento na corrupção em redor das “dívidas ocultas” de Moçambique, esteve envolvido em negociar os acordos da Privinvest em Angola. O documento acrescenta que uma companhia de João Lourenço -Consultores e Prestação de Servilos (JALC) - “ teve um papel nessas negociações”.
“Para além disso o antigo vice presidente Manuel Vicente, que é agora um conselheiro económico e financeiros de Lourenço com poderes e influência extraordinários, jogou um papel importante em negociar os contractos da Privinvest em Angola”, diz o relatório.
O relatório diz que em 2015 a companhia Simportex, ligada ao ministério da defesa assinou dois contractos de 122 milhões de dólares com a Finmeccanica (agora com o nome de Leonardo S.p.a) “para compras que a Privinvedt poderia ela própria fornecer”.
Em 23 de Dezembro desse ano a Simportex assinou contractos para a compra e venda de equipamento, sobressalentes e para a instalação e serviços de treino para equipar um centro nacional e três centros de coordenação regional , bem como instalar diversas estações de radar e meios de comunicação na costa angolana”.
O acordo foi feito entre o ministério de defesa nacional de Angola e a companhia Selex no valor em Kwanzas equivalente a 115 milhões de Euros, diz o relatório que acrescenta que um outro acordo entre o ministério e a companhia Whitehead Sistemi Subacquei foi assinado no valor de 7,3 milhões de dólares.
VOA – 28.01.2019