Duas semanas após a devastação no centro de Moçambique, Presidente Filipe Nyusi anunciou medidas para minimizar impactos do ciclone. Também encerrou as operações de resgate de vítimas. Foco agora será ajuda humanitária.
O Presidente da República de Moçambique, Filipe Nyusi, anunciou um pacote de medidas que visa minimizar os impactos sociais, materiais e económicos na região central do país, afetada pelo ciclone Idai – que deixou 468 mortos e mais de 1.500 feridos.
"Conscientes dos danos humanos, materiais e financeiros causados por este desastre natural, o meu Governo, no quadro da lei de calamidades naturais, aprovou um pacote de medidas iniciais que irão mitigar impactos nos setores sociais e económicos nas áreas afetadas", avançou Filipe Nyusi, durante conferência de imprensa na noite desta quinta-feira (28.03), na cidade da Beira.
Nyusi anuncia medidas para minimizar impactos do ciclone
O pacote de medidas aprovado pelo Governo inclui a redução de taxas em eletricidade e transportes e assistência médica gratuita, além de uma campanha de vacinação contra a cólera – que já regista mais de 130 casos na cidade da Beira.
Na distribuição de eletricidade, o valor da fatura da indústria e comércio será reduzido para a metade. Nos transportes ferroviários, o Governo moçambicano também vai reduzir em 50% as tarifas para os passageiros nas linhas de Sena e Machipanda, que atravessam a região centro, bem como no transporte de materiais de construção.
Para os alunos afetados, o Governo decidiu redistribuir livros e cadernos escolares. E os agricultores vão beneficiar de uma distribuição gratuita de mil toneladas de sementes, além de 100 mil utensílios agrícolas.
As medidas serão aplicadas "nos distritos afetados até dezembro de 2019", segundo anunciou o chefe de Estado na cidade da Beira.
Fim dos resgates
O Presidente moçambicano também anunciou o fim das operações de busca e salvamento de vítimas do ciclone Idai. Filipe Nyusi garantiu que a fase de salvamentos foi concluída com sucesso, com pelo menos 135 mil pessoas resgatadas, duas semanas depois da passagem do ciclone.
"As equipas nacionais e internacionais concluíram a fase de levantamento e salvamento de todas as pessoas em cima dos tetos, de casas, de árvores ou isoladas em pequenas ilhas que se foram formando".
Apesar de concluída a fase de buscas, Nyusi assegurou que "as esquipas no terreno continuam vigilantes e prontas para intervir sempre que a situação assim o exigir".
Reconstrução e ajuda humanitária
O Presidente ressaltou que os trabalhos de reconstrução da região central do país vão continuar. "Os trabalhos no terreno continuam de forma intensiva, com foco na reabertura das estradas de acesso, reestabelecimento das telecomunicações, energia e abastecimento de água".
Com o encerramento das operações de salvamento, a fase que se segue também vai incidir na assistência humanitária às famílias afetadas, com destaque para a prestação de cuidados de saúde, alimentação, abrigo e saneamento.
De acordo com Filipe Nyusi, as instituições nacionais e internacionais vão trabalhar "para otimizar os recursos disponíveis de forma transparente para que cheguem aos que realmente necessitam". O chefe de Estado também afirmou que o Governo moçambicano vai trabalhar com uma agência internacional para a gestão dos recursos destinados às vítimas do ciclone.
O Presidente Filipe Nyusi continua esta sexta-feira (29.03) a sua visita à província de Sofala para uma avaliação do impacto do ciclone Idai e do curso da assistência humanitária.
Neste segundo e último dia da visita, Filipe Nyusi vai sobrevoar algumas áreas afetadas pelo ciclone e inundações que se seguiram ao temporal e reunir-se com os representantes das equipas envolvidas no apoio às vítimas da devastação.
DW – 29.03.2019