A embaixada dos Estados Unidos em Moçambique atualizou hoje o aviso em que desaconselha viagens à província de Cabo Delgado, no norte do país, passando a incluir o distrito de Meluco nas zonas alvo de ataques armados.
Meluco junta-se aos distritos de Mocímboa da Praia, Nangade, Palma, Macomia, Ibo e Quissanga na lista dos alvos de "ataques por extremistas violentos" que "têm usado catanas e armas de fogo para realizar ataques letais, além de queimarem veículos e casas".
A atualização surge depois de, na última semana, meios de comunicação social moçambicanos terem reportado ataques em zonas novas de Meluco e Ancuabe, em que morreram, pelo menos, dois residentes.
As agressões mostram uma deslocação da ocorrência destes ataques mais para centro e em direção ao interior da província.
Numa escala de 1 a 4 (sendo 1 o mais seguro e 4 o mais arriscado) os EUA mantêm a província de Cabo Delgado no "nível de alerta 3 - reconsiderar a viagem".
A violência acontece na região em que está a nascer um dos maiores investimentos de uma empresa norte-americana no país, com a construção de uma fábrica e infraestruturas associadas para exploração de gás natural da bacia do Rovuma.
A petrolífera Anadarko lidera o consórcio da Área 1 de exploração e já viu alguns dos seus funcionários atacados, em fevereiro, com um subcontratado morto, considerando, ainda assim, que se tratou de um caso isolado e que os casos não visam o investimento.
Desde outubro de 2017, os ataques de grupos armados não identificados e que tiveram origem em mesquitas já provocaram, pelo menos, 150 mortos.
Além de Cabo Delgado, o aviso dos EUA mantém Maputo no "nível de alerta 2 - ter precauções acrescidas", devido a crimes violentos, como assaltos.
LUSA – 28.03.2019