A companhia hidroeléctrica dos Emiratos Árabes Unidos (EAU) Manannan Hydro, detida pelo sheik Maktoum Hasher Maktoum Al Maktoum, da família real do Dubai, está bem colocada para ficar com a futura Hidroeléctrica de Mpanda Nkuwa, escreve o portal Zitamar.
A notícia sobre o interesse da Manannan Hydro na barragem de Mpanda Nkuwa segue-se ao lançamento pelo Governo moçambicano na segunda-feira de um concurso público internacional para escolher quem vai prestar serviços de consultoria para preparação do projecto.
Citando fontes próximas do processo, o Zitamar diz que o futuro accionista maioritário do empreendimento já foi encontrado, bem antes do lançamento do concurso: Manannan Hydro. “Nenhum concurso público será realizado, uma vez que Manannan Hydro, do sheik Maktoum Hasher Maktoum Al Maktoum, da família real do Dubai, já recebeu os direitos sobre o projecto”, lê-se na notícia do portal.
A firma do EAU deverá ficar com 60% de Mpanda Nkuwa, acrescenta-se na matéria. A HCB vai ficar com 35% e a EDM 25%, refere o texto.
O Zitamar assinala que a companhia dos emirados ameaçou levar o Governo moçambicano ao Tribunal Internacional de Arbitragem, após o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, anunciar em Agosto de 2018 que Mpanda Nkuwa iria ficar inteiramente com a HCB e EDM.
Na altura, o vice-ministro da Energia e Recursos Minerais, Augusto Fernando, terá dito que o Governo decidiu entregar o projecto a entidades públicas, após sucessivos fracassos nas negociações com privados.
Mpanda Nkuwa é também alvo deuma oposição feroz por parte de ambientalistas, que temem que o projecto poderá colocar em perigo o ecossistema do vale do Zambeze. A Justiça Ambiental foi ao ponto de colocar publicidade paga um placard electrónico numa das principais avenidas de Maputo a manifestar a sua oposição ao empreendimento.
Prevista há vários anos para produção de eletricidade, a ideia de Mpanda Nkuwa foi relançada em 2018 e poderá ser a maior barragem de Moçambique depois de Cahora Bassa, situada 60 quilómetros a jusante desta, também no rio Zambeze.
“A entidade a ser selecionada irá trabalhar com o Gabinete de Implementação do Projecto Hidroelétrico de Mpanda Nkwua, criado por diploma ministerial em Fevereiro”, refere um comunicado do MIREME.
Os consultores vão ajudar o governo moçambicano a resolver aspectos associados à concessão em vigor, actualizar estudos técnicos críticos e ajudar a encontrar um parceiro estratégico. Este parceiro vai juntar-se às empresas públicas EDM e HCB no desenvolvimento das Infraestruturas.
O MIREME lançou também um concurso para contratação do director do Projecto Hidroelétrico de Mphanda Nkuwa.
A barragem deverá ficar localizada a 70 quilómetros da capital provincial de Tete e a 1.500 quilómetros de Maputo, a capital moçambicana.
MEDIA FAX – 06.03.2019