Centelha por Viriato Caetano Dias ([email protected])
Kuphata basa, n'kupumira – Para se trabalhar, é preciso descansar (Sem descanso, não há trabalho bem feito). Manuel dos Anjos Martins (Coordenador) – Natisunge Cuma Cathu, 2014, p. 38.
Há sensivelmente uma década, nesta prestigiada gazeta de Wamphula Fax, foi-me concedido um “talhão” que denominei de Centelha, cujo objectivo foi pensar Moçambique.
Durante essa longa mas fascinante peregrinação tive muitos embates. Quem escreve, independentemente do ângulo, deve saber ouvir as críticas para melhor temperar as palavras. Aliás, raízes amargas são as que geralmente curam. Foi assim que consegui, diante daqueles que estão habituados a lançar pedras para o telhado do vizinho, transformar as críticas em manuais de aprendizagem.
Aprendi e partilhei conhecimentos que julguei que fossem válidos para tornar o país um lugar ainda melhor. Modéstia à parte, penso que a combustão que as minhas centelhas criaram permitiu potenciar o motor que se chama Moçambique. Infelizmente, o meu ciclo colaborativo chegou ao fim. Não direi adeus, porque ainda não morri, por isso cá estarei sempre que os circunstancialismos da vida o justificarem.
Aproveito o ensejo para apresentar os meus sinceros agradecimentos pela confiança que a Direcção do Wamphula Fax, na pessoa do Doutor Carlos Coelho, depositou e continua a depositar em mim, deixando, simultaneamente, votos para que o Jornal continue no seu edificante trilho, cumprindo a sua missão de crescer e trazer notícias fidedignas, resultantes de um jornalismo investigativo e imparcial, profundamente comprometido em servir o público. Importa referir que, como colaborador do Wamphula Fax, nunca sofri qualquer tipo de censura ou constrangimento na minha liberdade de pensar e expressar. Os meus parabéns pelo profissionalismo e mais uma vez muito obrigado.
Aos meus respeitados leitores, meus suportes, deixo-vos a inabalável garantia de que não parto, apenas estarei engajado a tempo inteiro na inadiável obrigação paterna. Convosco continuo. E nesta ausência, certamente provisória, consolemo-nos com esta enorme certeza: voltarei.
Zicomo
WAMPHULA FAX – 29.04.2019