Por Major Manuel Bernardo Gondola
Ola! Queridas irmãs e queridos irmãos. Hoje quero voz falar sobre a crise que se desenrola na Venezuela, que pode ter consequências muito trágicas. Acontece, que podemos estar a beira duma Guerra civil ou duma invasão àquele País por Forças de agressão estrageira no caso dos Estados Unidos [E.U] e isso pode ser uma catástrofe, aliás, sem precedentes neste caso e com estas proporções na América Latina. Estamos perante o quê! Nós estamos perante uma Guerra para controlar os Recursos Naturais; neste caso o Petróleo da Venezuela.
Para começar, um Documento de qualidade impressionante indica que a Venezuela têm reservas mais importantes de Petróleo do mundo todo. Ainda, se estão lembrados em 20[17] Donald Trump visitou a Agência Central de Informação [Cia], Serviço de Informação dos Estados Unidos, organizado em 19[47], e um antigo funcionário da CIA que ressentimento publicou um livro seu e que estava nessa reunião, assistiu exactamente a perguntas de Donald Trump para os Serviços Secretos norte americanos [CIA] que foram estas: Porquê que não invadimos a Venezuela? Porquê não estamos em Venezuela? Se tem muito aquele Petróleo todo e está aqui na nossa porta dos fundos [porta traseira].
Portanto, há um desígnio [vontade] de Guerra que aliás, não vem de Donald Trump, vem exactamente de Bárack Obama, onde Bárack Obama declarou que para incompreensão de muita gente no mundo todo e que a Venezuela representava uma ameaça extraordinária para os E.U, a ameaça afinal era fundamentalmente o Petróleo que não estava ser controlado pelas Empresas Multinacionais norte americanas.
Estamos; portanto, perante uma guerra Geoestratégica; ou seja, duma concorrência entre os E.U e a China e uma luta pelo controlo dos Recursos Naturais pelo mundo e
neste caso, neste momento a vítima é a Venezuela. Provavelmente e julgarão não se trata de ajuda humanitária. Obviamente há uma crise humanitária na Venezuela, estamos todos de acordo, que neste momento calcula-se 30% da população venezuelana já come só uma vez por dia. Portanto, faltam medicamentos, faltam coisas básicas naquele País parte, devido ao embargo dos E.U. Note-se que, as sanções impostas pelos E.U são das mais [cruéis] e das mais radicais até agora impostos. Normalmente, elas têm permitido algumas excepções humanitárias e…, não é o caso. Neste momento, praticamente não há excepções para o embargo [interdição] e muitos países que negoceiam com a própria Venezuela podem estar com medo das sanções dos E.U no caso de continuarem a importar por exemplo; Petróleo da Venezuela, o caso da [India], que é o segundo maior importador de Petróleo venezuelano, a seguir aos E.U.
Mas, ainda há outra coisa trágica! Um Documento de qualidade impressionante indica este embargo além do mais não permite obviamente que nem sequer, que aquele Petróleo, que a Venezuela ainda pode vender numa norma transitória que será até ao final de Abril que a Venezuela pode vender o Petróleo aos E.U o dinheiro ou o rendimento que ela dá vai ser depositado numa conta que não está disponível para o Governo da Venezuela de Nicolas Maduro.
Estará uma conta que pode ser mobilizada por um Presidente fantoche, auto proclamado que é Juan Guaidó. E, portanto, significa que o País está ser posto a beira da fome e do caos basicamente. E portanto, é uma situação absolutamente trágica e eu gostava de chamar atenção de todos e de todas para esta situação criada pelas mentes brilhantes na América e na Europa.
Diz-se que a Comunidade Internacional que está a fazer uma pressão democrática sobre Nicolas Maduro. Bom! Eu não vou agora discutir a legitimidade democrática do Presidente Nicolas Maduro, uma vez que; não tenho essa competência mas…,perante o sofrimento dos venezuelanos, do povo venezuelano há critica feitas que se fazem no que diz respeito à criação da Assembleia Constituinte mas temos que reconhecer como o antigo Secretário-Geral do Partido Socialista Operário Espanhol [PSOE] reconheceu José Luís Rodriguez Zapatero¹, que para as últimas eleições, realmente
foram convocadas todas formações politicas e convidadas a concorrer todos os sectores da oposição o que acontece é que, por pressão dos E.U muitos deles decidiram não participar exactamente para ainda mais aprofundar a suposta ilegitimidade do Governo de Nicolas Maduro.
As críticas a este Governo têm sido grandes. Têm sido partilhadas por muitos mas…, obviamente como em qualquer País do mundo essas críticas só podem resolver-se por via eleitoral e só podem resolver-se dentro das forças de cada País. Não pode ser por pressão e [ingerência] externa de modo nenhum. A Comunidade Internacional lamentavelmente neste momento é uma fantasia [fiasco]. Porquê! Porque é fundamentalmente os E.U e a União Europeia [U.E] e talvez menos de um ¼ dos Países que compõe a Assembleia Geral das Nações Unidas. Ou seja, é uma Comunidade Internacional, que não é sequer maioritária. No caso da U.E vesse, que ela perdeu a alma [sensatez] e também perdeu literalmente a [vergonha] porque, a U.E por um lado, não quer impor sanções mas…, por outro lado, reconhece um Presidente fantoche e autoproclamado Juan Guaidó.
Por outro lado, na recente conferência da Varsóvia, que foi uma Conferência onde se estava a planear basicamente mais uma maldade a [próxima Guerra] que será ou contra o [Irão] porque é o único País ainda no mundo todo depois da Venezuela que ainda pode oferecer alguma resistência à hegemonia imperial dos E.U. A U.E praticamente não participou. Não participou com pessoas de primeira linha ou seja, com líderes de primeira linha e de alguma maneira foi mostrando a delegação norte americana, que era preciso respeitar o Direito Internacional no caso do [Irão] uma vez que havia um tratado que tinha sido celebrado no âmbito nas Nações Unidas.
Hora! Como é que a U.E pode invocar o Direito Internacional para não se imiscuir na crise do [Irão] e ao mesmo tempo deita o Direito Internacional pela porta fora para poder reconhecer um fantoche Juan Guaidó como autoproclamado Presidente da Venezuela!? Dum lado; você vê, há respeito pelo Direito Internacional [Irão] no caso da Venezuela não há nenhum respeito do Direito Internacional.
Perguntar-se-ão porquê esta incoerência [discordância]. Veja bem! Fundamentalmente porque a Europa quer preservar as suas ligações ao [Irão] no caso do Petróleo que é fundamental para a Europa, ao mesmo tempo no caso da Venezuela já não é tão dependente do Petróleo da Venezuela. Portanto, no fundo continuamos com a mesma lógica de luta pelo acesso aos Recursos Naturais e isto explica de alguma maneira assimetria [discrepância] da U.E mas ao mesmo tempo explica, que a U.E não tem o mínimo respeito de princípio com as normas do Direito Internacional que não regem.
Você vê; estamos portanto, numa situação de crise extraordinária do Direito Internacional e neste caso a crise acumulasse por todos os lados precisamente porque também temos uma situação sem precedentes, que é um Presidente fantoche que se autoproclama na rua como Presidente da República e que, pela primeira vez não tem nenhum controlo praticamente sobre nada e nadinha na Venezuela, nomeadamente sobre o Poder Militar. Tem acontecido muitas vezes dispostas no Plano Internacional, quando em questões de Golpes por exemplo; as pessoas se autoproclamam ou Grupos mas…, que tem normalmente enfim…, atrás de si, o poder das Forças Armadas do País. Este fantoche Juan Guaidó não tem absolutamente nada e nadinha nenhum controlo e/ou Comando [Estado-Maior] das Forças Armadas venezuelanas.
E quem é ele afinal esse fantoche e mentiroso John Guaidó como é conhecido em [Washington/Casa Branca], que passa vida toda fazendo [picuinhas]?
É uma pessoa há muito tempo conhecida de Washington/Casa Branca, desde 2005 como jovem que foi treinado nos Centros que existem hoje, para treinos, para desestabilizar os Regimes que são hostis aos interesses dos E.U que partiram aliás, dos Balcãs e da Sérvia onde essas estratégias que foram teorizadas por Jeremy Sharp, num programa supostamente de transição das Ditaduras para as Democracias mas, que fundamentalmente é mudança de Regime sem ser preocupação militar mas, através de Regimes suaves. Ou seja, através de Golpes suaves, através de desestabilização e apelos à Democracia.
Esse jovem fantoche esteve inclusivamente envolvido em conflitos de rua e nos protestos que ocorreram na Venezuela, que como sabem certamente e é sabido, que provocaram muita a morte de cerca de duzentas [200] pessoas há que alguns anos últimos grandes pretextos no País e que, obviamente 70% das vítimas foram [Chavistas] não foram pessoas da oposição. Portanto, é esta situação. Este jovem fantoche autoproclamado sem nenhuma legitimidade, que neste momento têm o controlo de todos Recursos Financeiros estrangeiros da Venezuela. São biliões e biliões de dólares americanos, que são postos à disposição deste fantoche e são retirados ao Governo legitimo de Nicolas Maduro, que com esse dinheiro poderia obviamente resolver à crise humanitária. Esse congelamento dos Recursos Financeiros da Venezuela no estrangeiro é de biliões de dólares americanos, que estão a beneficiar obviamente os E.U e a Inglaterra e depois há essa hipocrisia de gastar 20 milhões de dólares americanos de Ajuda Humanitária.
Não! Não se enganem! Não há Ajuda Humanitária! Há uma tentativa sim…, de pôr um País inteiro na fome, de joelhos para provocar uma Guerra civil e…, permitir portanto, o acesso [roubo/pilhagem] aos Recursos Naturais. E isso é tão flagrante porque, já sucedeu antes! Toda gente viu o que sucedeu no [Iraque], na [Líbia] e na [Síria], que realmente neste caso as Organizações das Nações Unidas e as Organizações de Ajuda Humanitárias como é por exemplo; a Cruz vermelha ou a Cáritas Internacional decidiram não participar nesta Ajuda Humanitária porque é como elas dizem é, [politicamente motivada]. Ou seja, não têm fins humanitários. A Cruz Vermelha chega a dizer, que não participa neste círculo [palhaçada].
Portanto, é esta situação em que, nós encontramos e que como podeis imaginar aconteceu em outros países. Aconteceu assim no [Iraque] e na [Líbia]. É sempre países que procuram alguma protecção aos seus Recursos Naturais e, que por vezes até procuram desvincular-se do dólar americano dos negócios do Petróleo.
Aliás, no caso do Brasil, se estão lembrados foi exactamente isto que ocorreu precisamente porque o preçal não estava no mercado internacional portanto, as reservas de Petróleo do Brasil de alta profundidade e por outro lado, ao nível dos BRICO,s os chamados países emergentes procurava-se eventualmente que o dólar
americano não fosse a moeda para as transacções comercias entre estes grandes países como; a Rússia, China, a Índia, a África do Sul, e o Brasil.
O Golpe Constitucional que veio impedir a nossa querida e competentíssima irmã Dilma Rousseff e toda a pressão dos Estados Unidos para eleição de alguém, que não estava obviamente preparado, como é agora evidente para a Presidência dum País [Brasil] Jair Bolsonaro através de muitas formas de manipulação de opinião pública visou fundamentalmente, que realmente que os Recursos Naturais do Brasil [terra, minérios, Petróleo] pudessem ser postos à disposição das Empresas Multinacionais para usual pilhagem [roubo] deste Recurso que é o que tem sido praxe.
Portanto, o que é que custa mais é que sabe muito internacionalmente. Nós sabemos o que se passou no [Iraque], é exactamente o mesmo na [Líbia]; são países que podem vir a ser destruídos para sempre com muita morte, com muito sacrifício humano fundamentalmente para que os Recursos Naturais possam ser postos ao serviço das Empresas Multinacionais norte americanas.
E, portanto, é uma situação trágica e como também já vimos noutros países, o caso da [Síria] é um bom exemplo; as forças moderadas, que procuram uma negociação, que procuram restabelecimento da Democracia acabam por ser cilindradas [esmagadas] na polarização que se está realizar. Refiro-me nomeadamente no caso dos democratas [sírios] que foram rapidamente postos de lado e [marginalizados] por radicais dum lado e do outro e neste momento na Venezuela Grupos, cidadãos criaram uma plataforma cidadã, que se manifestou há muito tempo como crítica do considerado autoritarismo do Nicolas Maduro e que tem feito muitas críticas ao Regime do Nicolas Maduro estão neste momento extremamente envolvidos na luta interna pela Democracia e portanto, estão a denunciar exactamente o Golpe Constitucional, que Assembleia Nacional de que é Presidente o fantoche Juan Guaidó acaba de fazer ao criar uma Estrutura paralela, um Estado paralelo, usando uma norma da Constituição que é o artigo 333 duma maneira completamente arbitrária [fraudulenta].
As situações de transição que são previstas naquele artigo não tem nada a ver com aquilo, que se está a passar neste momento uma vez que, há um Presidente Nicolas Maduro, que foi eleito e que, portanto, não é disso que se está em causa. E claro estas forças tem vindo a pedir juntamente articuladas com as posições do México, com as posições do Uruguaio, têm vindo a pedir recentemente um referendo.
Primeiro, que haja negociações entre Assembleia Nacional e o Governo do Presidente Nicolas Maduro, que evita a todo custo uma intervenção militar estrangeira [dos EUA e seus aliados] ou que se precipite uma Guerra civil e estão a propor um referendo consultivo para novas eleições no País tanto para Assembleia Nacional como para a Presidência da República.
E provavelmente esta poderia ser a única solução democrática para a Venezuela neste momento mas…, elas só podem ocorrer se não houver uma intervenção externa militar se a tal Comunidade Internacional [E.U e U.E] deixar desta ingerência que sabe que é uma ingerência por Recursos Naturais poder neste momento voltar atrás numa invasão mais dura e até porque sabemos que se houver Guerra civil há armas na Venezuela, há situações de alto risco para a destruição daquele País com possivelmente com a morte de milhares de inocentes.
Portanto, queridas irmãs e queridos irmãos, eu quero vos alertar para esta situação e…, pedir a todos e a todas, que vejam nas suas [acções], nos seus [protestos] e [manifestações] de impedir a todo custo uma intervenção militar imperialista dos E.U na Venezuela e deixar, que os venezuelanos pela negociação e por novas eleições eventualmente possam mas, não apenas para a Presidência mas também para própria Assembleia Nacional possam resolver democraticamente o problema e restabelecer efectivamente a Ajuda Humanitária a qual obviamente se resolve muito facilimamente se o embargo não existir. Porque, são tantos os Recursos Financeiros fora da Venezuela, que isso ajudará a resolver rapidamente a crise humanitária em que a Venezuela e seu povo se encontram.
Em último lugar, o meu apelo é para um apoio aos democratas e a todos venezuelanos e ao [povo irmão venezuelano] contra uma intervenção militar estrangeira liderada
pelos E.U e seus aliados e uma ingerência no País, que pode levar o País a beira do caos.
n/b:
¹José Luís Rodríguez Zapatero foi o quinto Presidente do Governo da Espanha, de 2004 até 2011 (cargo equivalente ao de Primeiro-Ministro em outros países)
Manuel Bernardo Gondola
Maputo, 28 de Abril 20[19]