Resumo
Os ressentimentos políticos acumulados durante o período de prolongadas guerras civis
podem constituir um obstáculo significativo para a descentralização democrática no período pós-conflito em vários países africanos. No entanto, esses tipos de problemas não têm sido analisados de maneira compreensiva na literatura das ciências políticas.
Em Moçambique, as tentativas persistentes empreendidas pelo principal partido de oposição Moçambicano, a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), de inserir na topografia histórica do país a sua própria versão da guerra civil pós-independência (1976-1992), oferecem um contexto interessante para vislumbrar alternativas analíticas em relação aos efeitos prolongados das guerras civis na constituição de novas instituições e práticas democráticas. A análise demonstra como as reivindicações políticas acerca de memórias de violência podem paradoxalmente obstruir e reforçar o pluralismo político e a descentralização democrática em Moçambique1.
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