A Comissão de Petições da Assembleia da República de Moçambique vai pedir informações à Procuradoria-Geral da República (PGR) e ao Governo sobre o ponto de situação do caso do empresário português Américo Sebastião, desaparecido em 2016.
"Vamos enviar um ofício à Procuradora-Geral da República [Beatriz Buchili] e solicitar encontros com os ministros dos Negócios Estrangeiros e Cooperação [José Pacheco] e do Interior [Basílio Monteiro] para obter informações sobre o processo", disse hoje à Lusa o vice-presidente da Comissão de Petições, Francisco Campira.
A comissão decidiu avançar com essas diligências depois de ter sido aprovada uma resolução nesse sentido pela Assembleia da República na semana passada.
Aquele grupo parlamentar considera que o caso não deve ser encerrado e deve ser realizada uma investigação judicial credível, acrescentou Francisco Campira.
Francisco Campira, que é deputado pela bancada da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição, disse que a sua comissão ouviu Salomé Sebastião, mulher de Américo Sebastião, tendo concluído que o caso deve ser seguido até ao fim.
O empresário foi raptado numa estação de abastecimento de combustíveis na manhã de 29 de julho de 2016, em Nhamapadza, distrito de Maringué, na província de Sofala, no centro de Moçambique.
O crime foi perpetrado por homens fardados, que algemaram o empresário e o colocaram dentro de uma das duas viaturas descaracterizadas com que deixaram o posto de combustíveis, segundo testemunhas.
A mulher do empresário desencadeou várias petições e contactos ao mais alto nível.
No início do ano, a PGR mandou avocar o processo, que tinha sido encerrado, pela Procuradoria Provincial de Sofala, no centro de Moçambique, alegadamente por falta de elementos, sem que até hoje tenha havido.
LUSA – 27.05.2019