Um estudo apresentado, sexta-feira (21), na cidade da Matola, província de Maputo, no âmbito da realização da XI edição das Jornadas Científicas do Banco de Moçambique (BM), revela que, para o actual contexto do país, não é sugestivo a criação de um Fundo Soberano (FS) no curto prazo, enquanto a dívida pública for insustentável.
Intitulado "Análise dos Determinantes Macroeconómicos dos Fundos Soberanos de Riqueza: Ilações para Moçambique", o estudo foi realizado por Egas Daniel e Kevin Mataruca, ambos Mestres em Economia e com experiências no sector.
O estudo levou os pesquisadores a concluir que um dos determinantes para a criação de um FS é a sustentabilidade da dívida pública. Contudo, analisando a dívida pública actual do país, que é insustentável, o estudo diz ser inoportuno criar-se um fundo de gestão das receitas provenientes da exploração dos recursos naturais, com enfoque para o gás natural.
"A dívida pública do país situa-se em 110 por cento do Produto Interno Bruto (PIB). Isto significa que toda a produção nacional, num determinado ano, não é capaz de cobrir os nossos compromissos com credores e teríamos de aumentar mais 10 por cento para fechar na íntegra. Este facto mostra que o nosso endividamento está a níveis insustentáveis" afirmou Mataruca, aquando da apresentação do estudo.
No trabalho, o grupo apresenta como outro determinante para a criação do almejado FS a estabilidade da Conta Corrente do país. Na análise, os pesquisadores constataram que, no momento de criação de um FS, os países estudados apresentavam uma média da Conta Corrente de 6,3 por cento.
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