Hoje; eu escolhi trazer a Obra do Marx, o Manifesto Comunista. Esse livro foi escrito não só por Karl Marx mas também por Friedrich Engels. Eu escolhi essa Obra, porque acho que tem uma questão bastante interessante, que foi marca principal de Karl Marx, que é a teoria Comunista e sobre como as suas ideias [reverberaram] na história da filosofia e não só.
Eu li o livro pela primeira vez, já la vão onze [11] anos precisamente em 2008. O livro é composto por nove partes, que constituem nove momentos com conteúdos e objectivos diferentes. E eu reflecti bastante sobre ele e eu só confirmo o que eu sempre disse; que é muito importante nós lermos e ouvirmos coisas que nós não gostamos; livros e autores que fundaram teorias que nós criticamos e que não concordamos como eu, o Comunismo que sempre [critiquei tanto] e, eu então resolvi reler de facto esse livro.
Então; neste presente artigo vou trazer umas partes do livro, algumas reflexões e eu convido a vocês para reflectirem junto comigo e analisarem essa Obra. Vou procurar ser bastante prático e menos intelectual. Vou falar dos principais objectivos do Comunismo apresentado na Obra o Manifesto Comunista mas…, se você quer se [aprofundar] mais eu recomendo vivamente você a ler o livro e não a se basear neste artigo.
Este artigo, vou avisando é a minha opinião é a minha análise é claro, uma análise baseada realmente nas palavras dos autores mas…, é claro que para quem quer estudar sobre esse assunto deve ler o livro [independentemente] de ter alguns capítulos, no caso da Burguesia, Proletariado, o Socialismo, Comunismo e…, enfim.
E eu vou tratar mais do capítulo que fala do Proletário e Comunistas o nono capítulo. Então; eu vou falar dos objectivos do Comunismo e…, está na página 82.
A meta imediata dos Comunistas é a mesma de todos os outros Partidos Proletários: a formação do proletariado em uma classe, a derrubada da supremacia burguesa, a conquista do poder político pelo proletariado.
Você vê; o objectivo é bastante claro. A intenção era o poder político aos proletários [trabalhadores]. Ou seja, é transformar a classe do proletariado em classe dominante. Essa classe, ela necessita de um representante mas especificamente, ela precisa de um líder que acaba ficando com todo o poder.
Marx e Engels acreditavam que o Comunismo seria [democrático] porque eles acreditavam, que um líder que representaria a classe trabalhadora faria a vontade dos trabalhadores. Seria feita a vontade do povo e então o povo estaria no poder. Mas…, essa democracia, ela não deu certo como podemos ver.
Então, Marx e Engels ou acreditavam ou fingiam acreditar. Posteriormente nesse capítulo vão colocar algumas acções bastante autoritárias desse Regime Comunista, que precisariam ser realizadas através de dez [10] acções, eu vou enumerar todas mas vou aprofundar algumas.
- Abolição de propriedade em terra e aplicação de todos os alugueres de terra para fins públicos.
- Um imposto de renda pesado progressivo ou gradual.
- Abolição de todo direito de herança. Ou seja, você não tem mais direito de dar o que você juntou a sua vida toda para as pessoas que você ama. E isso se você conseguisse juntar alguma coisa no sistema Comunista.
- Confisco das propriedades de todos os emigrantes e rebeldes. Eu fiquei bastante pensativo e apreensivo em relação aos rebeldes. Quem seriam esses rebeldes!? Será que seriam as pessoas, que contestariam esse Estado ou este Governo? Ou; será que quer dizer que se você questionar esse Regime esse Governo o Estado vai tirar tudo o que você tem? Acho que isso é bastante opressivo.
- Centralização do crédito nas mãos do Estado, por meio de um Banco nacional com capital do Estado e um monopólio exclusivo.
- Centralização do sistema de transportes nas mãos do Estado
- Extensão de fábricas e de instrumentos de produção pelo Estado; levar o cultivo à terra inculta e a melhoria do solo em geral de acordo com plano comum.
- Responsabilidades iguais para todo trabalho. Estabelecer exércitos industriais, em especial para agricultura.
- Combinar as indústrias de agricultura com a de manufactura; abolição gradual das distinções entre cidade e campo. Com uma distribuição mais igual da população.
- Eu achei o mais interessante. Educação gratuita, para todas as crianças em escolas públicas. Abolição do trabalho infantil em fábricas de modo actual. Combinação de Educação com produção industrial etc.
Eu quero-me aprofundar mais nesse último ítem. Vou mudar um pouco de capítulo e ler um pedaço que diz: “mais dirão vocês nós estaremos destruindo as relações mais íntimas ao
trocarmos a educação real (domestica) pela social. E não esta educação também a vossa educação determinada pela sociedade? Pelas relações sociais em que educais, pela intromissão mais directa ou mais indirecta da sociedade, por meio da escola, etc. Os comunistas não inventaram o efeito da sociedade sobre a educação; apenas transformaram o seu caracter, arrancaram a educação à influência da classe dominante” (Marx e Engels).
O que significa mudar o carácter da educação? Será que o Estado não quer certificar, que o seu filho não está recebendo uma educação burguesa? Dessa forma você não tem mais o direito de educar o seu filho em casa. Você é obrigado ou obrigada a deixar seu filho nas mãos do Estado. Repare-se, o objectivo é bastante claro. É manter o Comunismo no poder através da educação das pessoas desde pequenas. E qual é essa educação burguesa, que eles tanto condenam e tanto temem? É claro é a educação filosófica, moral e religiosa. Porque eu digo isso. Vejamos o seguinte:
“As acusações contra o comunismo feitas de um ponto de vista religioso, filosófico e geralmente, ideológico não merecem um exame sério. Será necessário uma profunda intuição para entender as ideias, os pontos de vista e as concepções do homem, resumindo, a consciência do homem muda de acordo com as mudanças nas condições da sua existência material, nas suas relações sociais e na sua vida social?” (Marx e Engels).
O que os autores querem dizer nesta parte do livro é o seguinte: que as considerações religiosas e filosóficas são tão [patéticas], que não merecem uma atenção dos seus leitores.
O materialismo também é algo muito óbvio, que não precisa ser arraigado pelos leitores e que essas ideias religiosas e filosóficas são provenientes apenas de uma relação material da luta de classes.
“O que mais prova a historia de ideias do que a produção intelectual muda de carácter na proporção em que a produção material muda? As ideias dominantes de cada época sempre foram as ideias da classe dominante” [Marx e Engels].
Neste parágrafo, Marx e Engels dizem que [ideias] não têm valor algum que são apenas abstracções provenientes de uma relação social, material resultante da luta de classe.
Mas…, então o comunista não é uma ideia? Repare; Marx e Engels não eram tão inocentes assim eles perceberam, que seus leitores talvez pensassem nisso e eles escreveram assim suas conclusões teóricas sobre o Comunismo:
“Suas conclusões teóricas não estão baseadas de modo algum em ideias ou princípios que foram inventados, ou descobertos, por este ou aquele futuro reformador universal. Mas são apenas expressões generalizadas das condições de uma luta de classe que existe de facto, de um movimento histórico que se passa diante de nossos olhos” [Marx e Engels].
Você vê, para Marx e Engels o Comunismo não são ideias é como uma [ciência exacta] que não se pode contestar e que se pode conhecer através do empirismo. Ou seja, uma espécie de Comunismo científico, que não se pode contestar assim como a ciência. Essa, era a estratégia de Marx e Engels quando diziam que, não era uma ideia.
Destarte, Marx e Engels poderiam condenar outras ideias apresentando elas como se fosse algo [material e banal] e, o Comunismo como algo profético. Isso; não é opinião minha basta olhar no livro.
Mas…, voltando um pouco para a educação das crianças. Marx e Engels perceberam, que a educação para as crianças era muito importante para que o Comunismo se mantivesse no poder. Mas, o que eles não tinham percebido é que, essa educação para crianças devia ser colocada em prática antes mesmo do Comunismo chegar ao poder mas…, isso só foi [percebido] alguns anos depois por pessoas como; António Gramsci e Theodor Adorno entre outros. Mas…, isso é um assunto que continua provocando debates em vários círculos académicos e intelectuais.
Certamente, eu acho que é preciso muita confiança na capacidade administrativa do Governo para acreditar, que o Estado possa administrar os vários sectores da sociedade e as várias Empresas. Destarte, da análise feita do livro é possível perceber o [autoritarismo] que se concretizou na prática. E avaliando e analisando mais profundamente o livro, essas avaliações de [autoritarismo] só se confirmam. O Comunismo, não foi deturpado; não houve distorções enormes da teoria que foi colocada em prática também, não houveram acidentes históricos.
O Comunismo, é [ditatorial e autoritário] por natureza. O Comunismo, se tornou na prática o que foi projectado para ser teoria ainda que, os autores ou pessoas que lutam em favor do Comunismo tenham uma boa intensão porém, não muda o facto de o Comunismo foi projectado teoricamente para ser uma [ditadura]. Sempre foi assim e, sempre será.
Certamente; o Comunismo de Marx já aconteceu.
Os comunistas inspirados pela obra Manifesto Comunista de Marx e Engels adoravam dizer que; “o Comunismo é uma teoria bem-intencionada, democrática e salvadora da pátria e dos trabalhadores e que, até hoje só não deu certo porque ela foi deturpada”. Então; o Comunismo e o Marxismo ainda estão por vir.
Será! Que é mesmo verdade?
Manuel Bernardo Gondola
Maputo, 29 de Julho de 20[19]