Moçambique perde mais de 100 milhões de USD
O país perdeu perto de 112 milhões de dólares norte americanos na comercialização informal e exportação ilegal da castanha de cajú nos últimos dois anos e, por conta desta situação, as fábricas de processamento registaram um défice financeiro considerável.
O cenário clandestino de comercialização e exportação deste produto, de acordo com uma fonte que não quis ser identificada, notabilizou-se nos anos de 2017 e até 2018, quando se sentiu que havia uma crescente rede informal na comercialização da castanha de cajú.
A fonte respondia a uma pergunta do VISÃO sobre tendência actual da situação cajuícola na província de Nampula, tendo acrescentado que "é preocupante porque as fábricas de processamento deste produto encontram-se numa instabilidade financeira crítica".
"A compra da castanha foi feita à preços altíssimos, matéria-prima de péssimas qualidades e os operadores externos fizeram uma estratégia bem elaborada para exportar tudo de bom que existe no país com a ajuda de alguns servidores públicos nacionais", rematou.
Entretanto, o preço de amêndoa bem como a procura estão a baixar no mercado internacional.
É que, de acordo ainda com a fonte que temos vindo a citar, o país produziu cerca de 140 mil toneladas, as fábricas compraram 55 mil e apenas 20 mil toneladas foram exportadas legalmente, deixando um défice de 65 mil toneladas que desapareceram sem pagar os direitos aduaneiros.
Este valor, segundo a nossa fonte, entra no mercado informal e cria uma força no comercio ilegal do produto.
Na opinião da fonte, o Estado está a "tolerar" de forma demasiada aos operadores do mercado informal devido a corrupção que tomou conta das mentes dos funcionários públicos. O nosso entrevistado explica ainda que com estes esquemas fica comprometida a meta almejada, que é de processar 100 mil toneladas por ano.
As fábricas processam, actualmente, mais de 55 mil toneladas de castanha de cajú com cerca de 20 mil operários. (Bonifácio Armando)
VISÃO – 29.08.2019
NOTA: Como é que mais de 60 mil toneladas de castanha de caju passam pelas alfandegas e ninguém dá por ela? Pedem-se explicações. É a madeira, são os troféus de caça, serão os rubis, é o pescado, é a castanha de caju e sei lá que mais.
Deus(ou Alá) valha a Moçambique.
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE