Contrariando o discurso oficial de auto-suficiência alimentar em Moçambique as estatísticas de Comércio Externo revelam que durante o ano passado as importações agrícolas cresceram 26,6 por cento, com destaque para a aquisição no estrangeiro de miudezas, ovos, batatas, hortícolas, arroz, chá e até milho. No sentido contrário o INE alerta para a “alta dependência e pouca diversificação das exportações” que continuam dominadas pelo carvão mineral e o alumínio.
As estatísticas de Comércio Externo em 2018, analisadas pelo @Verdade, desmentem toda a retórica de diversificação da economia moçambicana os principais grupos de bens exportados foram Combustíveis Minerais (onde pertence o carvão mineral coque) no valor de 2,3 biliões de dólares norte-americanos, correspondentes a 46 por cento, e Metais Comuns (onde esta inserido o alumínio) com 1,4 bilião de dólares, representando 26.9 por cento de todas exportações. “Este grupo de produtos totaliza 72,9 por cento dos bens vendidos ao exterior, facto que indicia alta dependência e pouca diversificação das exportações”, assinala o documento do Instituto Nacional de Estatística (INE) tornado público esta semana.
“Relativamente aos grupos de produtos tradicionais que têm-se revelado cada vez menos representativos nos últimos anos, face ao surgimento dos recursos minerais de grande valor de exportação, destaca-se o grupo de produtos alimentares com 208.5 milhões de dólares correspondentes a 4,2 por cento (face ao crescimento de 154,8 por cento) e produtos agrícolas com 4,1 por cento (decréscimo de 6,4 por cento)”, indicam as estatísticas de Comércio Externo em 2018 analisadas pelo @Verdade.
O INE destacou, dos 130 países que receberam bens provenientes de Moçambique, o principal destino foi a Índia (27,3 por cento), seguido pela África do Sul (17,4 por cento), os Países Baixos (12,2 por cento), a China (4,8 por cento) e Singapura (4,6 por cento).
No que a importação diz respeito o @Verdade apurou que os principais grupos de bens importados foram os Combustíveis Minerais com um valor de 1,6 bilião de dólares, correspondentes a 23,1 por cento, Máquinas e Aparelhos com 1,3 bilião de dólares e produtos agrícolas com 872,6 milhões dólares. A importação de produtos agrícolas cresceu 26,6 por cento, comparativamente aos 688,9 milhões de dólares de 2017.
Saldo da balança comercial com défice em 1,93 biliões de dólares em 2018
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