Depois de uma sucessão de reivindicações do Ministério de Defesa Nacional reclamando ganhos nas refregas militares através de “acestamentos de artilharia” vitoriosos, na semana passada foi a vez do grupo ‘jihadista’ Estado Islâmico fazer a “sua” parte, igualmente reclamando vitória no campo militar através do seu boletim informativo Al-Naba
O Governo de Moçambique e o grupo ‘jihadista’ Estado Islâmico estão a travar uma verdadeira de “guerra de comunicados”, cada um reivindicando ganhos no teatro de operações castrenses no norte do país.
Depois de uma sucessão de reivindicações do Ministério de Defesa Nacional reclamando ganhos nas refregas militares através de “acestamentos de artilharia” vitoriosos, na semana passada foi a vez do grupo ‘jihadista’ Estado Islâmico fazer a “sua” parte, igualmente reclamando vitória no campo militar através do seu boletim informativo Al-Naba. A reivindicação do grupo ‘jihadista’ abrange um ataque noticiado no domingo (17 de Novembro deste 2019) em Mengaleuwa, que provocou oito mortos, e inclui também um povoado designado Dimayo.
O grupo diz que investiu contra postos militares onde se encontravam forças moçambicanas e russas, matou seis soldados, feriu outros e apreendeu diversas armas e munições, além destruir estruturas civis.
Os ataques de grupos armados na província de Cabo Delgado eclodiram há dois anos em comunidades consideradas de maior influência muçulmana e o autodenominado Estado Islâmico começou a reivindicar alguns dos incidentes desde Junho.
Todavia, analistas e autoridades duvidam da presença efectiva de membros do grupo radical, assumindo como mais provável que alguém que já estava no terreno transmita informação usada a favor dos extremistas.
Muito recentemente, a proximidade dos ataques em relação às obras dos megaprojectos de gás natural na península de Afungi obrigou a paralisar alguns dos trabalhos durante um dia como medida de segurança, havendo informações que dão conta de alguns dos empreiteiros envolvidos estarem a considerar a sua retirada mais prolongada do local para acautelar a integridade física dos seus colaboradores.
Desde o início da violência armada em Cabo Delgado, pelo menos 300 pessoas já morreram, segundo números oficiais e da população, e mais der 60.000 residentes foram afectados, muitos obrigados a deslocar-se para outros locais em busca de segurança, segundo a Organização das Nações Unidas.
CM – 25.11.2019