Por Major Manuel Bernardo Gondola
Intelectual é todo aquele que vive das ideias, cuja profissão são as ideias. Que há um grupo na sociedade cuja especialidade é produzir ideias, conceitos, saberes e conhecimento esse grupo especializado é, o que nós reconhecemos comumente como intelectual.
Ideias, que podem ser verificadas, discutidas, analisadas e podem [circular] em qualquer parte do mundo. Ou melhor, em qualquer língua ele seria reconhecido como intelectual porque as coisas, que ele diz e pensa são coisas universais.
No País por exemplo; há dois tipos de intelectuais: O intelectual contente e o intelectual irritado.
O contente é o que gosta de Moçambique como é. O irritado [inconformado] é o que não gosta de Moçambique como Moçambique é. Há intelectuais contentes. Dizendo em outras palavras, há uma genealogia de intelectuais contentes ainda hoje em toda época há. É o intelectual indiferente, que não se importa de viver num País de pobres/miseráveis. É um intelectual para quem este problema [pobreza/miséria] não é um problema. O contente é capaz de [desenvolver] toda sua trajectória intelectual, toda sua carreira de intelectual por vezes brilhante sem incluir nas suas cogitações este facto. O facto de que, os [pobres/miseráveis] com os seus desejos sobrantes não realizados, frustrados está todo tempo junto a nós. É o intelectual, que presta um serviço importante à dominação social. Ele tem uma função social, precisa e importante na dominação social ou melhor de fortalecer ideologicamente da justificativa para dominação social. Por exemplo; que Moçambique é um caso de Democracia e Boa Governação. Quem produziu essa ideia!? Também seria fácil demonstrar que foram os intelectuais.
Contudo, há outros exemplos. Veja o exemplo do Professor Ngoenha é bem oposto aos intelectuais contentes. Ngoenha, apesar de estar destinado socialmente a elaborar as justificativas ideológicas da dominação, está contrariando esse destino. Ele é um anarquista porque é o principal crítico do poder e maior crítico do poder é um anarquista. Claro! Mas ele não é um anarquista se você pensar num grupo militante filiado com um cartão do Partido coisa assim. Não!
Mas…, donde saem esses intelectuais? O lugar donde saem esses intelectuais é o Moçambique moderno, é o Moçambique naturalmente que sabe ler e escrever, Moçambique que frequenta a biblioteca, Moçambique que vai a Faculdade, Moçambique que vai a livraria, Moçambique que participa de Simpósios, Palestras e Conferências nacionais e internacionais, Moçambique que fala e escreve [correctamente] o português, que fala e escreve inglês, francês, espanhol, italiano, alemão. Moçambique das Universidades [UEM,UP, ISPU, UST,UCM,ISRI…] não só...mas também; das Universidades globais [Europa e Estados unidos]. Ou seja, é o Moçambique moderno é dai que saem os intelectuais.
Mas…, excepcionalmente, eles saem do mundo dos pobres.
Manuel Bernardo Gondola
[02] de Dezembro 20[19]