Por Major Manuel Bernardo Gondola
Corrupção assim se designa o fenómeno pelo qual um funcionário público é levado a agir de modo diverso dos padrões normativos do sistema, favorecendo interesses particulares em troco de recompensa. Corrupto é, portanto, o [comportamento ilegal] de quem desempenha um papel na estrutura estatal.
Entretanto, é conhecida no País a triste história da Professora Matilde, que belo dia entrou em sala de aula e perguntou seus alunos [meninos]. «O que vocês querem ser quando crescerem» e os alunos responderam. Háaa…,Professora…, eu quero ser arquitecto, eu quero ser médico, eu quero ser engenheiro, advogado, agrónomo, maquinista de comboio, Professor, jogador de futebol profissional, piloto de aviação …. E…, quando chegou a vez do Pedrinho, lá no seu cantinho, o clássico Pedrinho, respondeu... «Eu... quero ser corrupto Professora!»
A Professora Matilde atarantada. Corrupto Pedrinho!… Será que é assim!
Será que corrupto é algo que se [decide] ao acordar de manhã, serei corrupto!
Claro que não! Ninguém se torna, por exemplo; corrupto da mala de dinheiro [dólar] sem antes, lá atrás, bem antes num longo processo de construção e de destruição da sua moral, alguém não tenha sido primeiro, um [mentiroso]. Porque a mentira é uma forma de corrupção a qual não damos bola na sociedade como não damos a tantas outras.
Mas, a mentira é o primeiro passo, talvez de quase todos os corruptos e no entanto é gravíssimo porque a mentira é a corrupção da verdade. Gravíssimo. Não se brinca com a verdade. Não se brinca com o que é verdadeiro. Nenhum corrupto se torna corruptor a mala cheio de dinheiro por exemplo no espaço da política, sem haver antes desenvolvido tudo uma [técnica] também de corrupção, que consiste em convencer sem ter razão. Corrompendo através da falácia, da mistificação, da ocultação de factos, procurando fazer com que, os outros [sociedade] creiam aquilo, que não é crível e adoptem aquilo que não deve ser adoptado e muitas vezes esta corrupção, que é da mente do corrupto acaba afectando e afecta a mente daquele, que é objecto desta acção corruptora e muitas vezes mesmo a gravidade disto, afectasse uma Nação toda. Corrupto! Mentiroso, enganador, sofista, vendedor de ilusões. Corrupto. E…, por ai vai!
Corrupção da liberdade, que descamba para libertinagem [livre-arbítrio], corrupção do belo quando não, além disso, corrupção da arte, corrupção das mentes infantis, que percorrem as redes sociais estamos acompanhando isso. Ora! É gravíssimo a corrupção da mente infantil, criando [confusão] mental nas crianças aproposito da própria sexualidade ou desenvolvendo uma sexualidade precoce com consequências inimagináveis mas que são perfeitamente concebidas e estão na programação [neurolinguística] dos corruptores. Corruptores da infância.
No País existem muitas formas, portanto, de corrupção onde a corrupção da mala é apenas uma expressão disso e nenhuma delas é leve, é indiferente, é insignificante. A corrupção do belo, do bom, do verdadeiro, do justo. A corrupção do sentido da liberdade, que descamba em libertinagem. Então, quando nós falamos da corrupção da política, corrupção no mundo dos negócios, corrupção no desporto, na arte, corrupção na sala de aula, essas tantas formas de expressão da corrupção, nós estamos falando na verdade de algo, que é [periférico] a núcleo moral que é combatido para ser destruído com relativismos, com falsidades, com mistificações, ou seja, fazendo com que, as pessoas no País se desorientem em relação ao sentido do bom, do belo, do justo, do verdadeiro, do honesto que herdamos da nossa melhor tradição [cultural] que procuram a todo custo destruir para imputar em seu lugar algo, que não serve para lhe calçar chinelos. Pense nisso.
Manuel Bernardo Gondola
Maputo, [16] de Dezembro 20[19]