Por Major Manuel Bernardo Gondola
É, importa ter claro que o que aconteceu foi um crime o atentado no aeroporto de Bagdade capital do Iraque. O Iraque é um País [soberano] que não foi consultado evidentemente, ou seja, foi atropelado nessa acção militar dos Estados Unidos da América [EU]. O irão é um outro País soberano. O General assassinado é uma importantíssima autoridade no Irão é um dos principais Comandantes militares daquele País. Não é um terrorista, não é uma pessoa fora da lei é uma autoridade iraniana que foi assassinada. Uma figura contra a qual não houve nenhuma denúncia internacional, nenhum processo internacional, absolutamente nada!
Então, eu não tenho dúvidas, que foi um acto terrorista, além disso, os EU não aceitam nenhum País no mundo que contrarie seus interesses, existem momentos mais intensos de sanções. Os EU se estão lembrados patrocinaram uma guerra do Iraque contra o Irão nos anos [80] uma das piores/cruéis guerras do século [XX] e o tempo todo mantendo a pressão contra o Irão, que agora se concretiza sobretudo na forma de sanções económicas, um verdadeiro bloqueio. Um embargo comercial muito intenso contra o Irão visando basicamente [impedir] que o Irão venda a sua principal riqueza que é o petróleo para que nenhum País do mundo compre o petróleo iraniano.
Segundo um Documento de qualidade impressionante é um embargo, que está causando grande sofrimento ao povo do irão e prejudicando muito a economia do País e…, por consequência as perspectivas do desenvolvimento/progresso daquele País e o bem-estar.
Note-se que, o Irão tem um Governo com [forte apoio popular] e isso é uma outra coisa que é preciso deixar bem claro. O Irão não é uma ditadura no sentido que se entende a palavra ditadura. No Irão tem um Governo eleito, tem Parlamento, tem Imprensa, têm
Partidos políticos. Claro! Não é uma democracia nos moldes ocidentais o Irão é uma República regida por fundamentalismo religioso.
Um outro Documento de qualidade impressionante indica, já ouve outros atentados, ouve outros [assassinatos] de figuras das Forças Armadas do Irão feitas através de terceiros especificamente Serviços secretos de Israel, Organizações terroristas, que aliaram ou que foram patrocinadas pelos EU neste últimos tempos. Organizações muçulmanas rivais dos xiitas iranianos mas…, directamente os EU mandarem um míssil no aeroporto de Bagdad para matar uma autoridade do Irão, isso, é um precedente novo. Isso! É muito grave.
Quer dizer, não se ver uma mobilização militar, não se ver ali um caminho para a guerra além disso, é uma guerra que não foi [vendida] para a opinião pública americana. Repare-se, os EU normalmente quando vão para a guerra eles nunca começam pela guerra, eles começam primeiro [construindo o inimigo], vendendo, demonizando o inimigo junto ao público americano, junto aos Países aliados e a opinião pública mundial e etc.
Primeiro, eles [vendem] a guerra e depois eles fazem a guerra. O consenso interno eles agrupam ao seu redor maior números de aliados e…, ai em seguida eles vão para o campo de batalha como eles fizeram na guerra contra o Iraque em 20[03], baseado em mentiras como foi na guerra contra o Iraque, que nunca teve nada a ver com o [terrorismo], não tinha armas de destruição em massa até porque se tivesse Saddam teria usado. Ou seja, Saddam não usou porque não tinha.
De facto, em relação ao Irão, não tem nada disso é uma acção [súbita], irresponsável que não parece ser parte duma estratégia mais consistente mas…, que pode gerar consequências muito graves. Não tenho dúvidas o Irão vai se vingar. Isso é uma questão de [honra] para o Estado iraniano, para religião xiita. À vingança.
Agora! Eles vão ser pragmáticos, a vingança vai acontecer não se sabe quando, não se sabe como e não se sabe através de quem. Não necessariamente Estado iraniano, mas…, algum aliado. Então, é preciso deixar claro. Essa acção do Donald Trump, ela
coloca em risco a vida de qualquer cidadão dos EU especialmente àqueles que vivem fora.
De facto, o irão, sofreu um acto de guerra, eles não vão revidar com acto de guerra da mesma magnitude porque uma escalada que levasse a uma guerra total, entre os dois Países evidentemente, significaria a [destruição] total do Irão. A primeira coisa que vai acontecer é o bloqueio do estreito de ormuz na ponta do Golfe Pérsico, por onde passa cerca de [40%] das exportações mundiais de petróleo. O irão tem condições de bloquear essa passagem por um certo tempo, tempo suficiente para jogar na lua o preço de petróleo.
Continuo a pensar, que os EU não vão invadir o Irão da mesma forma que invadiram o Iraque. Não! Quer dizer, o Iraque era Estado sem legitimidade, com um tirano odiado pelo seu próprio povo, sem representatividade interna e então foi relativamente fácil para os EU invadir o Iraque junto com alguns aliados e derrubarem o regime que vigiava o Iraque até 20 [03].
O irão é uma história totalmente diferente os EU não são [loucos] de invadirem o irão. Agora! Os EU e o Donald Trump podem usar outros meios como; bombardear o irão, destruir instalações, destruir quarteis, bases militares, sistema de comunicação, de petróleo, e…, etc., etc. Em termos simples, uma guerra nesse nível, que rigorosamente vai significar uma [explosão] de guerras a nível regional em todo médio oriente. Isso, a meu ver, pode acontecer.
n/b:
Acho que eu seria desonesto se não expressasse profundo desapontamento pelo derrubo semana passada do avião civil [indefeso] da Ucrânia no Irão, porque aquela acção sugere um grau elevado de irracionalidade.
Manuel Bernardo Gondola
[12] de Janeiro 20[20 ]