O Ministério Público (MP) acusou a empresa Bang Entretenimento, representada pelo empresário e promotor de espetáculos Adelson Mourinho, de homicídio involuntário de cinco pessoas durante um evento alusivo ao Dia Internacional da Criança, em Maputo.
"Tratando-se de eventos para crianças, era exigível maior cuidado da Bang Entretenimento com aspetos de segurança. A promotora de eventos agiu com imperícia e negligência, tendo como objetivo único a obtenção de lucro", lê-se na acusação, citada hoje pelo diário Notícias.
As cinco pessoas, das quais duas menores, morreram após serem empurradas por uma multidão à porta do evento, que assinalava as comemorações do Dia Internacional da Criança em Maputo.
A agitação terá sido causada por um acidente à porta do recinto Aqua Park, onde se realizava a festa, que incluía a atuação de vários músicos, ao mesmo tempo que havia um congestionamento automóvel, o que motivou um movimento súbito da multidão.
Na autopsia, segundo o diário, as autoridades moçambicanas indicam que as vítimas morreram por asfixia, traumatismo provocado por lesões contundentes e compressão abdominal.
O MP considera que agrava a responsabilidade penal da Bang Entretenimento o facto de ter prolongado o evento até à noite na presença de menores, embora o órgão reconheça como atenuantes a confissão e o auxílio prestado pela empresa nas despesas fúnebres.
O documento elenca ainda o desleixo e falta de consideração pelas questões de segurança na organização do evento, assim como inobservância do regulamento de espetáculos como determinantes para criar tumultos na entrada do recinto.
Para o MP, a empresa organizadora preocupou-se em proteger os artistas e instalações, excluindo os espetadores e, por isso, abriu apenas um portão para entrada e saída de pessoas e viaturas, o que deveria acontecer por acessos diferentes.
No processo, ao qual o empresário vai responder em liberdade por decisão do MP, foram arrolados 30 declarantes, entre familiares das vítimas e espetadores.
LUSA – 10.01.2020
NOTA: Tudo bem. Mas como está o caso das pessoas que morreram no comício da Frelimo em Nampula? Será assim tão diferente? Todos sabemos que a Frelimo é “dona” de Moçambique. Mas assim tanto? E alguns dos preumíveis responsáveis até vão tomar posse como deputados ou possivelmente de membros do governo. Em que ficamos?
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE