O PCP é o partido-irmão do MPLA e da camarada Isabel.
E enquanto vai por aí uma algazarra tamanha sobre Angola e as fontes do investimento de uma senhora angolana no mundo, há uma faceta curiosa.
Qual seja a de os senhores jornalistas se fazerem de distraídos, não cuidando de apurar quem tem sido quem, desde há 45 anos, no bilateralismo partidário Angola/Portugal.
Neste omissionismo activo, os párias da verdade não relevam a contínua relação do PCP com o MPLA, que sempre defendeu a prática política e o quadro ditatorial do “irmão” MPLA, partido dono do Estado angolano.
Ainda no último Congresso em Luanda, a delegação do PCP usou da palavra para enaltecer os extraordinários laços de amizade e admiração mútuas entre as partes.
Por cá, os expressos da praça, nunca faltaram com a solidariedade bastante ...
Quando foi recusada a admissão na livraria da festa do Avante, em Setembro de 2018, de um livro com o título “Sou eu mais livre, então – Diário de um preso político angolano”, de Luaty Beirão, silenciaram a exclusão da lista de títulos que a editora propôs para venda na Festa do “Avante!”.
Certamente que ao PCP também não era estranha a cooperação financeira que agora se revela promíscua.
E por quê?
Porque se escreviam nesse livro coisas como esta:
“O dinheiro para os comunistas vai em mão e, quando apanharam cerca de 10 milhões de dólares na casa de Bento Kangamba, no Restelo, esse dinheiro era de Eduardo dos Santos, para pagar as mensalidades ao PCP, que se houver uma rigorosa investigação, isso poderá ser descoberto”.
Escreve-se ainda no livro:
“O partido comunista português é o grande responsável pela ditadura implantada em Angola, desde 1975, por Agostinho Neto e continuada por José Eduardo dos Santos.
“Mas o PCP não esteve sozinho neste plano diabólico de neocolonização, através de negros complexados, contou com o apoio de uma ala do Partido Socialista, liderada por Almeida Santos, que rasgou os “Acordos do Alvor”.
Nós nunca esqueceremos o que eles fizeram, traindo a maioria dos angolanos e dos Acordos assinados pelos três Movimentos de Libertação: FNLA, MPLA e UNITA, em 1975, para entregarem de bandeja o poder ao seu aliado Agostinho Neto”, acusa o político Mário Joaquim no mesmo livro.
Os jornalistas do PCP espalhados pela praça, mostram assim a sua competência, mas também a falta de vergonha: andam por aí a atacar o mundo da camarada Isabel, escondendo a expressão do sistema e das estrutura de ligações promíscuas avalizadas desde sempre pelo próprio PCP como pelo MPLA.
Vão então pentear macacos.
Carlos Pinto
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