Um facto central do período do jovem Samora Machel antes da Frelimo, é o de alguns, segundo os vários manuais e biografias e testemunhas, alegarem o facto de ele ter sido enfermeiro em Lourenço Marques e em Inhaca, no final dos anos 50 e início da década de 1960. Há quem jure que ele foi enfermeiro. Eu também cresci e conclui o curso de História com essa versão.
Na verdade, não foi. Tentou ser. Mas chumbou no exame final com 8 valores. Samora pode ter trabalhado como auxiliar de enfermagem, maqueiro, etc., mas nunca como enfermeiro legalmente reconhecido.
O documento que anexo é uma cópia do Boletim Provincial em Janeiro de 1962, que publica os resultados do exame final do curso de enfermagem, indicando claramente quem passou e quem chumbou.
Quero que não entendam para além do que escrevi. Com este detalhe, não estou a menosprezar ninguém, muito menos reduzir a heroicidade do Primeiro Presidente de Moçambique. Estou apenas a corrigir, com recurso a uma publicação factual, de um detalhe. Samora Machel foi tudo o que sabemos, muito mais para cada um dos moçambicanos e a ele lhe devemos eterna gratidão pelo que fez para o seu povo: como pai, marechal, pai da nação, internacionalista, líder mundial. Mas, não como enfermeiro, porque não foi.
É preferível corrigir directamente do que manter uma inglória titanomaquia contra a história.
In https://www.facebook.com/100006535605117/posts/2689768904584270/?sfnsn=mo
NOTA: É recorrente escrever-se que Samora Machel chumbou neste curso de enfermagem por ser africano. Reparem no primeiro classificado e em outros nomes dos aprovados. É só mais uma pequena mentira frelimista...
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE